
Nesta segunda-feira (30), a Justiça Eleitoral, por meio da 28ª Zona Eleitoral de Juazeiro do Norte, cassou o mandato do prefeito Glêdson Bezerra (Podemos) por abuso de poder político. Além do mandato do vice-prefeito Tarso Magno (Progressistas). A chapa também está inelegível por oito anos.
De acordo com a decisão assinada pelo juiz eleitoral Gustavo Henrique Cardoso Cavalcante, provas demonstram “um incremento injustificado em programas sociais concentrado em 2024”, especialmente nos dois meses antes das eleições municipais de 2024, quando Glêdson foi reeleito como prefeito da cidade de Juazeiro do Norte.
Vale lembrar que eles ainda podem entrar com recurso no Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE), pois a decisão não é imediata.
A Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) foi movida pela coligação “Fé, União e Trabalho”, que apoiou a candidatura do então candidato Fernando Santana (PT). Na AIJE, a acusação é de que os vencedores do pleito praticaram a arrecadação e gastos ilícitos durante a campanha.
Segundo indícios, o prefeito reeleito teria utilizado uma aeronave de propriedade de uma empresa para deslocamentos em campanha eleitoral sem o devido registro das despesas na prestação de contas, para participar de um debate.
O grupo de Santana também aponta um incremento de gastos em programas sociais em período vedado pela Justiça Eleitoral, “sem justificativa legal ou proporcional ao crescimento de situações emergenciais”.
Defesa
Sobre o uso da aeronave, a defesa dos gestores afirmou que Glêdson utilizou devido a um atraso em voo comercial e que o custo foi pago pelo partido. Conforme o prefeito, então, o custo deveria constar na prestação de contas anual do partido e não como gasto de campanha.
A defesa aponta que a conduta “não violou a isonomia nem gerou desequilíbrio na disputa eleitoral, visto que o adversário também participou do debate”. Sobre os programas sociais, com o aumento na distribuição de óculos e lentes, a defesa afirma que ocorreu por conta de “uma demanda reprimida e um mutirão de consultas oftalmológicas, além de cumprimento de lei municipal”.