Mas como isso é possível? Mesmo não aparentando, a situação é grave? É comum ficar consciente após uma lesão na cabeça? O neurocirurgião Antônio Sérgio Guimarães explicou ao g1 que a lesão na cabeça provocada por arma de fogo pode não ser letal, a depender da área afetada, calibre utilizado, distância, posição do projétil e da vítima no momento do disparo.
"É comum, mas também é muita sorte. Se entra em ângulo reto, entra no crânio, mas se a bala entra meio de lado, bate e desvia. Pode ter lesado as partes moles, a pele, e o crânio. Se pega só a parte frontal, a pessoa pode sair andando", afirmou o especialista.
Antônio Sérgio Guimarães afirma que, para causar uma lesão, depende de alguns fatores.
"Primeiro do calibre, da energia do projétil, se está próximo ou muito longe e se o projétil entra no compartimento encefálico, se transfixa de um lado para o outro, o que é muito grave, ou se atinge um hemisfério só.
A gravidade é menor mas também é grave. Depende muito do local que é atingido no crânio", disse o neurocirugião.
Depois do disparo o homem não procurou ajuda médica. Segundo a PM, ele tinha um ferimento na testa, de onde escorria algo que, segundo os agentes, parecia ser massa encefálica. Apesar disso o homem estava consciente e lúcido.
O homem foi atingido na testa neste sábado (4) enquanto andava de moto por um bairro de Araguaína. O caso ocorreu na Rua Camboriú, no residencial Itaipú.
A PM foi chamada pela mãe da vítima, que acordou e viu manchas de sangue nas roupas do filho.
A polícia informou que ao chegar na casa da família encontrou o jovem, que tem passagem pela polícia por envolvimento com entorpecente, sentado em uma cadeira com um ferimento na testa. O homem, lúcido, contou aos policiais quem havia feito o disparo. A PM fez buscas na região, mas não conseguiu localizar o suspeito.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi chamado e levou a vítima para o Hospital Regional de Araguaína, que não deu detalhes sobre o estado de saúde dele nem informou sobre sua alta.
A moto que a vítima conduzia foi encontrada na rua Santa Inês, no setor Raizal. Ao lado do veículo, havia vestígios de sangue e o projétil que atingiu o jovem.
A motocicleta, então, foi entregue ao pai da vítima.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que a Polícia Civil não havia sido procurada pela vítima ou familiar para registrar a ocorrência.