quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Dezenas de corpos são enfileirados por moradores em rua da Penha, no Rio

Familiares de mortos ainda buscam parentes.

Corpos de mortos na Penha foram colocados enfileirados em via pública para reconhecimento de familiares.
Legenda: Corpos de mortos na Penha foram colocados enfileirados em via pública para reconhecimento de familiares. Foto: Reprodução/Instagram/Raull Santiago

Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, viveram uma madrugada de horror nesta quarta-feira (29).

Pelo menos 44 corpos foram levados por moradores até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas — uma das principais vias da região, um dia após a operação policial considerada a mais letal da história do Estado.

Conforme o governo do Rio de Janeiro, pelo menos 60 suspeitos de envolvimento com o tráfico e quatro policiais militares morreram durante a megaoperação realizada na terça-feira (28) nas comunidades da Penha e do Alemão.

O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, disse ao G1 que "a princípio" os corpos não estão na contabilidade oficial. Ele determinou a abertura de uma investigação.

Megaoperacao contra o CV prendem homens no Rio de Janeiro.
Legenda: A megaoperação deixou pelo menos 64 mortos.
Foto: Mauro Pimentel/AFP.

Os corpos teriam sido encontrados em uma área de mata conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram intensos confrontos entre forças de segurança e traficantes. Moradores relatam que ainda há cadáveres espalhados pelo alto do morro, aguardando remoção.

Ativista relata ao menos 12 mortos em área de mata

Em vídeo, o ativista Raull Santiago detalhou a situação na região na manhã desta quarta-feira (29). Ao lado de moradores, ele disse ter encontrado pelo menos 12 corpos em uma mata na parte alta da comunidade.

Conforme o relato, os mortos estariam espalhados em uma curta distância, com marcas de sangue visíveis no chão. O ativista afirma que a situação é de “caos” e compara o episódio a “uma das chacinas históricas do País”. Ele descreveu o desespero de familiares que ainda procuram desaparecidos e o clima de medo entre os moradores.

Advogados, representantes de organizações de direitos humanos e a imprensa foram acionados para acompanhar a situação.

A Polícia Civil e a Polícia Militar ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso. 

FONTE DIÁRIO DO NORDESTE