Familiares de mortos ainda buscam parentes.
Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, viveram uma madrugada de horror nesta quarta-feira (29).
Pelo menos 44 corpos foram levados por moradores até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas — uma das principais vias da região, um dia após a operação policial considerada a mais letal da história do Estado.
Conforme o governo do Rio de Janeiro, pelo menos 60 suspeitos de envolvimento com o tráfico e quatro policiais militares morreram durante a megaoperação realizada na terça-feira (28) nas comunidades da Penha e do Alemão.
O secretário da Polícia Militar, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, disse ao G1 que "a princípio" os corpos não estão na contabilidade oficial. Ele determinou a abertura de uma investigação.

Os corpos teriam sido encontrados em uma área de mata conhecida como Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde ocorreram intensos confrontos entre forças de segurança e traficantes. Moradores relatam que ainda há cadáveres espalhados pelo alto do morro, aguardando remoção.
Ativista relata ao menos 12 mortos em área de mata
Em vídeo, o ativista Raull Santiago detalhou a situação na região na manhã desta quarta-feira (29). Ao lado de moradores, ele disse ter encontrado pelo menos 12 corpos em uma mata na parte alta da comunidade.
Conforme o relato, os mortos estariam espalhados em uma curta distância, com marcas de sangue visíveis no chão. O ativista afirma que a situação é de “caos” e compara o episódio a “uma das chacinas históricas do País”. Ele descreveu o desespero de familiares que ainda procuram desaparecidos e o clima de medo entre os moradores.
Advogados, representantes de organizações de direitos humanos e a imprensa foram acionados para acompanhar a situação.
A Polícia Civil e a Polícia Militar ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso.
FONTE DIÁRIO DO NORDESTE