segunda-feira, 13 de outubro de 2025

Casos de coqueluche em crianças aumentam mais de 1.200% no Brasil, alerta Observatório de Saúde na Infância

Foto: Divulgação

O número de casos de coqueluche em crianças pequenas disparou no Brasil, acendendo um sinal de alerta nas autoridades de saúde. De acordo com o Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância), a doença teve um aumento de mais de 1.200% entre 2019 e 2024.

Somente no ano passado, foram registrados 2.152 casos entre crianças menores de 5 anos, faixa etária mais vulnerável a complicações graves. O número supera a soma dos cinco anos anteriores. Destas, 665 precisaram de internação e 14 morreram, ultrapassando o total de óbitos (10) registrados entre 2019 e 2023.

“Como explicar todas essas crianças que morreram de algo totalmente prevenível?”, questionou Patrícia Boccolini, coordenadora do Observatório.

Os dados revelam que, embora haja uma leve redução em 2025, os números seguem altos e preocupantes: até agosto, foram 1.148 casos e 577 internações.

A coqueluche — também conhecida como tosse comprida — é uma infecção respiratória grave causada pela bactéria Bordetella pertussis, prevenível com vacina. Os bebês devem receber três doses da pentavalente aos 2, 4 e 6 meses de idade, além do reforço da DTPa para gestantes em todas as gestações, garantindo a proteção dos recém-nascidos.

Segundo pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (Unifase), mais da metade dos casos em 2024 ocorreram em crianças menores de 1 ano, que também concentraram mais de 80% das internações.

Especialistas alertam que a queda nas coberturas vacinais é o principal fator por trás do ressurgimento da doença, que havia sido quase erradicada no país há uma década.

A recomendação é clara: vacinar é proteger. Reforçar a imunização infantil e das gestantes é fundamental para evitar que doenças antigas voltem a ameaçar a vida das crianças brasileiras.