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Foto Cogerh/ Divulgação |
Fevereiro,
primeiro mês da quadra chuvosa no Ceará, começou com 10 açudes
sangrando. Outros dois já tinham chegado à capacidade máxima neste
janeiro. A quantidade é a maior desde 2004, quando 52 açudes vertiam no
início do mês. De lá para cá, houve nenhum registro, um ou dois, no
máximo, sangrando no início da quadra.
Além
disso, o número de reservatórios com menos de 30% de capacidade também
diminuiu, com 33 açudes. Em 2024, a quadra chuvosa começou com 49 nesse
nível. Nos anos anteriores, a quantidade também era maior, com 69 em
2023, 70 em 2022, 64 em 2021 e 93 em 2020.
Confira os açudes que estavam sangrando no primeiro dia de quadra chuvosa de 2025:
Arrebita, em Forquilha;
Caldeirões, em Saboeiro;
Carmina, em Catunda;
Do Batalhão, em Crateús;
Forquilha, em Forquilha;
Gerardo Atimbone, em Sobral;
Jenipapo, em Meruoca;
Santo Antônio de Aracatiaçu, em Sobral;
São Pedro Timbaúba, em Miraíma;
Sucesso, em Tamboril.
Os
açudes com volume morto — aqueles que estão com água abaixo de 5% da
capacidade — são oito: Barra Velha, em Independência; Bonito, em
Ibaretama; Broco, em Tauá; Colina, em Quiterianópolis; Penedo, em
Maranguape; Pompeu Sobrinho, em Choró; Sousa, em Canindé; e Várzea do
Boi, em Tauá), contra 13 em 2024. Três reservatórios são considerados
secos: Favelas (Tauá), Jatobá (Milhã) e Madeiro (Pereiro). Em 2024, eram
cinco.
Os
dados são da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh). O
diretor de operações do órgão, Tércio Tavares, relata que o ponto de
partida dos reservatórios, em termos de reserva, é o melhor em 12 anos.
Com
isso, basta pouca chuva para a sangria. “Uma coisa é eu começar com ele
seco, vai demorar muito para sangrar. Outra coisa é eu pegar ele acima
da metade [de capacidade]”, afirma.
Somada à boa reserva, as precipitações de janeiro — mês da pré-estação chuvosa — ajudaram a aumentar o aporte dos açudes.
Dados
preliminares apontam que choveu quase o dobro do esperado para o mês,
com média de 191 milímetros (mm). Enquanto isso, em 2024, as
precipitações de janeiro não atingiram nem mesmo a média histórica,
ficando 40,7% abaixo.
“Nós
tivemos dois a três dias com precipitações elevadíssimas, acima de 100
mm, 150 mm em alguns municípios. E essas chuvas fortes são muito boas
para fazer reservação hídrica. Quando chove um pouquinho a cada dia, o
nosso solo vai absorvendo. Nós preferimos as chuvas fortes porque não dá
tempo nem de entrar no subsolo, ela já corre direto pro açude”,
explica.
Apesar do cenário positivo, Tércio chama atenção para a heterogeneidade nas diferentes bacias hidrográficas do Estado.
“Temos
sinais de alerta também, para aquelas bacias hidrográficas que já não
se encontram com boa água e não tem previsão de terem grandes aportes”,
diz.