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| Foto Diário do Nordeste | 
O
 primeiro debate entre os candidatos ao Governo do Ceará, realizado 
nesta última segunda-feira (29), foi marcado por embates diretos entre o
 deputado estadual Elmano de Freitas (PT), o deputado federal Capitão 
Wagner (União) e o ex-prefeito de Fortaleza Roberto Cláudio (PDT). Temas
 como segurança e saúde foram os que mais dividiram os postulantes no 
encontro promovido pela TV Cidade.
Os
 assuntos ainda foram tomados para embasar críticas diretas entre os 
candidatos e também aos padrinhos políticos dos postulantes. Lideranças 
políticas como o ex-presidente Lula (PT), o ex-governador Camilo Santana
 (PT), o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), o prefeito de Fortaleza, 
José Sarto (PDT), e a ex-prefeita da Capital Luizianne Lins (PT) foram 
lembrados na discussão como forma de “atacar” adversários.
SEGURANÇA
O
 assunto segurança dominou boa parte do debate. Umas das ênfases foi o 
combate às facções e ao crime organizado, e as propostas que podem 
enfrentar essa realidade. Wagner voltou a mencionar a promessa de 
implantação de um escritório de inteligência policial no Ceará em 
parceria com o FBI e a Polícia Federal. Esta proposta foi alvo de 
questionamentos e críticas dos demais candidatos.
O
 candidato do União Brasil enfatizou que “as facções tomaram conta das 
comunidades, e ditam as regras de convivência”. Disse que buscou em 
outras cidades e países experiências exitosas para combater a violência 
no Ceará. Sobre o videomonitoramento, destacou a necessidade de investir
 no reconhecimento facial, mas em tom crítico apontou que "o foco das 
câmeras deve ser combater o crime e não multar o cidadão".
Em
 paralelo, Roberto Cláudio e Elmano  questionaram a proposta do FBI. Em 
crítica direta, Roberto Cláudio enfatizou que a ideia “é uma fantasia, 
uma ilusão”, e acrescentou que, se eleito, ele fará 14 delegacias 
regionais e irá transformar a Delegacia de Combate às Ações Criminosas 
Organizadas (Draco) em um Departamento de Inteligência.
Já
 Elmano problematizou a participação do agente do FBI na propaganda de 
Wagner, que retrucou enfatizando a importância do agente, dizendo que o 
mesmo ajudou na captura de Sandam Hussein. Na área da segurança, Elmano 
reforçou que deseja ampliar o Raio, e a inteligência na polícia, e 
ressaltou a necessidade de unir esforços com o Governo Federal.
Tanto
 Elmano como Roberto Cláudio em momentos distintos, ao abordar a 
segurança, também chegaram a mencionar que Wagner teria participado do 
motim da PM em 2020 no Ceará. No debate, Wagner não respondeu às falas 
sobre esse ponto especificamente.
SAÚDE
Outro
 ponto de destaque na campanha e que predominou no debate são as 
propostas para a saúde. Nesse tópico a interiorização das ações de saúde
 foi ponto de questionamentos e argumentos.
Roberto
 Cláudio reiterou a ideia de criação de cinco hospitais para o 
tratamento do câncer no interior do Estado, enquanto Elmano defendeu 
que, se eleito, as estruturas já existentes dos hospitais regionais 
serão usadas também para essa finalidade. “O irmão de Quixelô e Iguatu 
tem que vir para cá (Fortaleza) tentar um diagnóstico. Muitos morrem. 
Quero também fazer um programa para colocar o médico nos postos de 
saúde, o Mais Medico Ceará”, detalhou Roberto.
Já
 Elmano, prometeu concluir o Hospital da Uece, fazer o Hospital Regional
 da Região Centro Sul e completou. “Vou aproveitar o que já está feito, 
os regionais, o Cariri, Sertão Central, Zona Norte, nesses hospitais, 
vou colocar o atendimento de câncer, não vai ficar esperando o prédio, e
 vou construir mais três polos regionais, isso sim é experiência".
Wagner
 e Roberto Cláudio também enfatizaram que o Hospital de Quixeramobim e o
 Limoeiro não funcionam plenamente. Wagner, como proposta, afirmou que 
pretende implantar a telemedicina “para que o paciente possa se 
consultar com vários especialistas do Ceará. O que mata não é a doença, é
 a falta de acesso”, argumentou. Em relação à saúde mental, o candidato 
destacou que pretende implementar em todos os Hospitais Regionais 
atendimento pediátrico e mental.
PADRINHOS POLÍTICOS
A
 influência de padrinhos políticos na campanha foi um tema explorado 
pelos três candidatos. Elmano, por exemplo, acusou Wagner de querer 
“esconder” que é aliado de Jair Bolsonaro. O mesmo ataque foi feito por 
Roberto Cláudio, que ainda citou a gestão da ex-prefeita Luizianne Lins 
para atacar o petista. Já o pedetista foi acusado de ser “ingrato” por 
criticar a gestão do ex-governador Camilo Santana, de quem era aliado. 
Wagner, por outro lado, apontou que os dois adversários têm padrinhos 
políticos.
Wagner
 foi definido por Roberto Cláudio como “fervoroso defensor do 
bolsonarismo”. “De um lado, um candidato que esconde seu padrinho 
político, do outro, um que não responde uma pergunta sem citá-los (...) 
Não estou aqui para fazer defesa de quem fez parceria comigo no passado,
 meu papel é criar um novo ciclo”, disse o candidato do PDT sobre Elmano
 e Camilo. Ele ainda atacou a ex-prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins.
“Queria
 lamentar a obsessão que ele tem com minha amiga Luizianne Lins. Os 
Cucas, o Hospital da Mulher, o fardamento escolar, a tarifa social, tudo
 foi a Luizianne quem fez. Esse mesmo olhar ele não tem para o Sarto, 
são dois pesos e duas medidas (...) Não tenho padrinho político, tenho 
irmãos de projeto para mudar o Brasil”, disse Elmano. Entre os “irmãos 
de projeto”, ele citou Lula, Camilo e a atual governadora Izolda Cela 
(sem partido).
Já
 Wagner rebateu os dois adversários, mas concentrou as críticas contra 
Roberto Cláudio. “Quero repudiar a violência política de gênero contra 
Luizianne Lins e contra a atual governadora Izolda Cela, que não teve 
direito de concorrer à reeleição", disse. “Fico feliz com a mudança de 
posicionamento de vocês, que estiveram no Governo por 16 anos para mudar
 essa realidade e não fizeram”, acrescentou.
Com informações do Diário do Nordeste.