Foto de Wandenberg Belém |
O aumento
do preço da carne bovina tem assutado os consumidores em Iguatu, cidade
polo da região Centro-Sul do Ceará. Resultado: queda de 30% a 40% nas
vendas, segundo comerciantes do mercado público e de frigoríficos.
O preço do
quilo da carne de primeira em média passou de R$ 20,00 para R$ 25,00 e
de segunda subiu de R$ 15,00 para R$ 20,00. Isso referente ao gado da
região e vendas no mercado central, frigoríficos e mercadinhos.
Já nos
grandes supermercados e frigoríficos que vendem carne de bovinos oriunda
de outros Estados, como Maranhão, o preço da carne de primeira chega a
R$ 33,00.
O preço do filé chega R$ 44,00 em Iguatu.
“Era
esperada uma diminuição nas vendas porque quando há aumento no preço do
produto o consumidor se retrai em um primeiro momento”, observou o
economista, Antônio Pereira.
E é isso que que está ocorrendo em Iguatu e em outros centros urbanos. “Pelo menos no meu comércio senti uma queda nas vendas
entre 35% a 40%. Eu matava por semana quatro bois. Agora só mato dois e
é com uma peleja danada para vender. A gente teve um aumento de R$
70,00 para comprar o animal”, disse o marchante, José Alaor. “Se sobe
para a gente, é preciso repassar para o consumidor”.
De acordo
com o economista, Kélvio Felipe, professor do IFCE, campus de Iguatu, o
aumento na carne bovina decorre da valorização do dólar frente ao real,
facilitando a exportação do produto e o aumento no mercado interno.
Muitas
pessoas reduziram a compra de carne vermelha por conta do aumento de
preço do produto. “Comprava seis quilos de carne por semana, mas agora
levo em média quatro. Isso já faz diferença. Antes fazia um churrasco em
casa com família, duas vezes por semana, agora vai ser uma vez por mês e
olhe lá, porque está realmente mais caro”, afirmou Roberto Alencar,
contabilista.
O marchante
Raimundo Lourenço observou ainda que o gado da região está escasso por
causa da seca, dificuldade de alimentar o rebanho. “O gado praticamente
sumiu do mercado local. O pouco que tem está custando caro para comprar”, frisou. “Tomara que venha boas chuvas no próximo ano para as coisas melhorarem”.
Com a
dificuldade de levar carne para casa, muitas pessoas estão buscando
alternativas para substituir esse alimento. Tem peixe, frango, ovo,
queijo, e outras carnes, entre elas a de porco.
Rafael
Silva, dono um box no mercado, que só comercializa carne suína,
ressaltou que nos últimos dias teve um aumento em torno de 40% nas
vendas. “Vendo praticamente um porco por dia”, disse. O quilo é vendido
por dezoito reais”. Antes, ele vendia quatro por semana.
Frango e porco devem subir
O
comerciante Charles Cristóvão disse que mantém o preço praticado no
mercado central. “É o termômetro local”, disse. “Vi em promoção, imagine
só, em um grande supermercado de Iguatu, carne de primeira vendida a R$
33,00”, contou.
De acordo
com Charles Cristóvão, o preço do quilo do frango deve subir R$ 2,00 a
R$ 3,00 e do porco cerca de R$ 4,00 até o fim deste mês. “É consequência
do aumento da carne do boi, pois as pessoas passaram a comprar mais
frango e porco”.
Com colaboração de Wandenberg Belém.