domingo, 24 de maio de 2020

Funceme registra chuva em mais de 90 municípios do Ceará

A segunda quinzena de maio continua com registros de chuvas no Ceará. Entre as 7 horas de sábado (23), e 7 horas deste domingo (24), a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme) registrou chuva em mais de 90 municípios.

De acordo com a Funceme, as dez maiores precipitações nas últimas 24 horas foram observadas em Ererê (58mm), Canindé (42mm), Brejo Santo (36mm), Granjeiro (35.2mm), Tejuçuoca, Pedra Branca e Lavras da Mangabeira, cada um com (30mm), Quixeramobim (29mm), Ararendá (28mm) e Itapiúna (27.4mm).

Até a próxima terça-feira (26), a Funceme prevê predomínio de nebulosidade variável com possibilidade de chuva em todas as regiões. “As chuvas observadas nos últimos dias decorrem de áreas de instabilidade no Oceano Atlântico e no setor Leste da região Nordeste”, explicou a gerente de Meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto.

A Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) é o principal sistema que traz precipitações para o Ceará durante a quadra chuvosa (fevereiro a maio), mas desde o início do atual mês, afastou-se da costa cearense, deixando de influenciar na ocorrência de chuva.

A média histórica para este mês, o último da quadra chuvosa, é de apenas 90.6mm. “É a menor da quadra chuvosa”, observa o meteorologista da Funceme, Raul Fritz. Os dados parciais da Funceme indicam que até este domingo (24) foram observados em média 73.3mm, ou seja, há um desvio negativo de 19.1%. Mas ainda faltam seis dias para o fim do período.

As últimas chuvas que banham as áreas de produção no Ceará contribuem para prolongar a oferta de pastagem nativa para o rebanho. Esse quadro atual favorece também a produção de grãos de sequeiro – milho, feijão-de-corda e sorgo granífero.

O produtor rural, José Robério Machado, na localidade de Gameleira, zona rural de Iguatu, frisou que as chuvas foram boas e que até trouxeram surpresas para o setor agropecuário. “O inverno está bem melhor do que a gente esperava”, pontuou. “Vai favorecer a produção de grãos e a criação de gado leiteiro”.
Machado lembrou que depois de oito anos seguidos de chuvas irregulares e fracas, o quadro mudou de forma satisfatória. “É verdade que choveu bem no ano passado, mas este ano está sendo bem melhor, pelo menos aqui na região de Iguatu”, comparou.

O diretor do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Iguatu, Evanilson Saraiva, que mora na bacia do açude Orós, na localidade de Barrocas, disse que as chuvas neste ano foram muito favoráveis para recarga nos açudes e para a produção de grãos de sequeiro. “Não há o que reclamar”, frisou. “A maioria dos agricultores terá boa safra, no campo a plantação está segura. Se não fosse essa pandemia do coronavírus, que nos traz medo e preocupação, o clima era de muita alegria no sertão”.
Com informações do G1 Ceará.