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Com
o preço do ovo atingindo valores elevados, muitos consumidores de
Fortaleza estão sentindo o peso no orçamento familiar. Dona Ester,
moradora da cidade, é uma das que notaram a alta: “O ovo está virado, é
ouro. Tá caro demais, menina. Antes era o produto mais barato, agora
está difícil até olhar o preço no mercado”, comenta.Foto: Reprodução
De
acordo com analistas de mercado, a bandeja com 20 ovos, que antes
custava em média R$ 12, agora pode ser encontrada por até R$ 18,
enquanto a de 30 ovos chega a custar R$ 30, dependendo do
estabelecimento. Esse aumento tem gerado preocupação entre os
consumidores, que têm buscado alternativas para substituir o alimento em
suas refeições.
Segundo
especialista em mercado, a alta demanda interna e externa, combinada
com o aumento nos custos de produção, são os principais responsáveis
pelo encarecimento do produto. “A demanda internacional, especialmente
da região pernambucana e de Recife, que é um grande consumidor dos ovos
cearenses, aumentou significativamente. Além disso, o ovo é um alimento
muito completo, e o preço elevado de outros produtos, como carne e
peixe, fez com que muitas famílias passassem a consumir mais ovos”,
detalha o especialista.
Outro
fator importante para o aumento dos preços é o impacto da inflação nos
insumos necessários para a produção de ovos, como o milho e a soja, que
são utilizados na alimentação das galinhas. O aumento no custo do frete
também contribui para o encarecimento. Em Fortaleza, o preço do ovo
chegou a ser superior ao do quilo de frango e bisteca suína.
O
surto de gripe aviária nos Estados Unidos, que afetou a produção de
ovos no país, também ajudou a pressionar os preços. Segundo economistas,
a necessidade de abate de galinhas devido à doença e o tempo necessário
para repor as aves no mercado aumentaram a demanda pelo produto, o que
resultou em uma alta nos preços. “A procura pelo produto está cada vez
mais alta, e isso reflete diretamente na elevação do preço”, afirma o
analista.
Para
minimizar o impacto no bolso dos consumidores, empresários varejistas
têm recorrido a estratégias de negociação com fornecedores. “Nós
conseguimos fechar grandes negociações e, com isso, seguramos um preço
melhor. Mesmo que o pedido não seja totalmente atendido, fazemos as
entregas de forma parcelada”, explica um proprietário de supermercado da
cidade.
Apesar
da insatisfação de muitos, analistas afirmam que o preço do ovo não
deve sofrer redução significativa nos próximos meses. Com a alta demanda
e o custo dos insumos ainda elevado, o cenário de preços altos deve
perdurar. “O consumo cresceu, a exportação está em alta, e produtos como
carne e frango não têm uma oferta ampliada, então o ovo continua sendo
bastante procurado”, conclui a especialista Ana Souza.
Com
isso, os consumidores de Fortaleza e de outras regiões do Brasil devem
se acostumar com o novo cenário de preços mais elevados, e muitos já
buscam alternativas para adaptar suas dietas ao novo custo do mercado.