O
Castanhão, maior açude da América Latina, chegou ao maior volume de
água acumulada desde setembro de 2014. E ele não está só. Segundo de
maior capacidade no Brasil, o Orós atingiu a melhor marca desde outubro
de 2012.
Sozinhos,
os dois açudes representam 35% de toda a água acumulada nos 157
reservatórios públicos monitorados pela Companhia de Gestão de Recursos
Hídricos (Cogerh). Só neste mês, o gigante de Alto Santo encheu 5 pontos
percentuais, o equivalente a 276,28 hectômetros cúbicos (hm³) d'água.
Hoje, com 32,08% do potencial, ele guarda 2.149,52 hm³ em si, o que
poderia encher qualquer açude do Brasil. Até o Orós.
Já
o segundo maior do Ceará, abriu o mês em 1.070,81 hm³ (55,2%) e agora
está em 1.347,3 hm³ (69,45%). Assim, juntos, Orós e Castanhão
recarregaram 552,2 hm³ — mais do que tudo que cabe no Figueiredo (Alto
Santo), o quinto maior açude do Estado. Esse valor poderia encher
220.800 piscinas olímpicas de 2 metros de profundidade.
A
recuperação do Castanhão veio pela combinação de duas realidades,
argumenta o secretário executivo dos Recursos Hídricos do Ceará, Ramon
Rodrigues. A primeira é uma quadra chuvosa que "ajudou muito". A outra
foi o Projeto de Integração do Rio São Francisco (Pisf). "As águas
seguem chegando ao Ceará e estão ficando armazenadas no Castanhão. Já
que não existe necessidade, neste momento, de realizar a transferência
de água para Fortaleza", aponta.
Em
relação ao Orós, o gestor aponta que o aporte vem do curso dos demais
açudes, que são acumulados no maior reservatório do Alto Jaguaribe.
Dentro do projeto Cinturão das Águas do Ceará, a barragem deve passar a
também receber águas do maior rio do Nordeste quando foi integrado ao
Pisf, a partir dos lotes 3 e 4 do programa estadual.