quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

PF deflagra operação contra ex-presidente Bolsonaro e aliados; o político tem 24h para entregar o passaporte

Foto: Cristiano Mariz

A Polícia Federal (PF) deflagrou na manhã desta quinta-feira (8) a Operação Tempus Veritatis, que tem como objetivo a apuração a respeito de uma organização criminosa que teria atuado em suposto esquema de tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito. De acordo com a PF, os crimes trariam vantagens políticas a partir da manutenção do então presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder. Diante disso, indica-se que o ex-presidente é um dos alvos da operação.

Detalha-se que além do ex-ocupante do Palácio do Planalto, também são alvos os ex-ministros Braga Netto (Defesa e Casa Civil), Anderson Torres (Justiça) e Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional). O presidente nacional do PL, Valdemar da Costa Neto, também aparece entre as autoridades de direcionamento da operação desta quinta-feira (8).

Pontua-se que também existe o registro de prisões. A PF prendeu preventivamente o ex-assessor de assuntos internacionais da presidência da República, Felipe Martins, o Coronel Marcelo Câmara, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e hoje segurança do político contratado pelo PL. Agentes também informaram a prisão do coronel do Exercito Bernardo Romão Corrêa, e do major das Forças Especiais do Exercito, Rafael Martins.

A operação atingiu entre os seus endereços de busca a casa em que o ex-presidente Bolsonaro está atualmente, uma edificação em Angra dos Reis. Bolsonaro também ouviu dos agentes que tem 24 horas para entregar o seu passaporte à força policial.

Detalha-se que a ação de hoje foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e, além do Rio de Janeiro, cumpre mandados nos estados São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Ceará, Espírito Santo, Paraná, Goiás, Distrito Federal e Amazonas. Ao todo a PF cumpre 33 mandados de busca e apreensão, 4 de prisão preventiva e 48 medidas cautelares.

Eleições 2022 

As investigações conduzidas pela Polícia Federal apontam que um grupo de políticos e militares teriam se alinhado para tentar abolir o Estado Democrático de Direito através de golpe de Estado. Segundo a PF, o objetivo dessa articulação era manter Jair Bolsonaro no poder e colocar em xeque a lisura do processo eleitoral brasileiro.

As incursões indica, que o grupo teria se dividido em grupo, a fim de iniciar ações que pudessem em tese legitimar uma futura intervenção.  A atuação teria começado antes do pleito de 2022, com a disseminação de informações que davam conta da possibilidade de fraude nas eleições presidenciais. Segundo a PF haviam ao menos dois diferentes núcleos.

Entre esses núcleos, o primeiro tinha a missão de pulverizar por meio de propagada e fake news a chance de fraude eleitoral, já o segundo agiria no subsidio à atos de cunho detrator da democracia e em favor da destruição do Estado Democrático de Direito.