sábado, 10 de fevereiro de 2024

Justiça nega pedido de prefeita afastada de Limoeiro para voltar ao cargo

DILMARA assumiu cargo após licença do prefeito, acusado de estar afastado das funções
DILMARA assumiu cargo após licença do prefeito, acusado de estar afastado das funções Crédito: Reprodução/Facebook

A 1ª Vara Cível da Comarca de Limoeiro do Norte negou nesta sexta-feira, 9, o pedido de liminar posto pela prefeita afastada do município, Dilmara Amaral (Republicanos). Em outubro, ela assumiu a gestão após o prefeito José Maria Lucena (PSB) protocolar pedido de licença médica pelo prazo de 120 dias. No entanto, nesta semana, ela foi afastada pela Câmara Municipal sob suspeitas de corrupção e fraude.

Na ação, a prefeita alegou que, no dia 8 de fevereiro de 2024, durante a realização da 1ª Sessão Extraordinária do 4º Período Legislativo, foi "surpreendida" com a notícia de recebimento de denúncia por suposta prática de crimes de responsabilidade, pelo Poder Legislativo Municipal local, ocasião em que foi afastada do cargo de prefeita durante o trâmite do processo político administrativo.

Ela afirma que a sessão legislativa teria sido "marcada por ilegalidades cometidas pelo impetrado, de modo que entende que a Câmara dos Vereadores de Limoeiro usurpou a competência do Poder Judiciário".

O juiz substituto João Gabriel Amanso da Conceição, no entanto, considerou que a decisão da Câmara de aceitar e julgar a suposta denúncia foi uma decisão política e dentro das atribuições dos vereadores.

"É importante ressaltar que a decisão política tomada pelo Poder Legislativo Limoeirense de receber denúncia, por suposto cometimento da infração político-administrativa, assim como afastar a impetrante do exercício do cargo de Prefeita não exige robustez na demonstração dos supostos ilícitos cometidos, visto que a apreciação de admissibilidade, ou não, dessa denúncia tem natureza política, encontrando-se dentro do âmbito da discricionariedade interna da Câmara de Vereadores", aponta o texto. 

A prefeita foi suspensa das atividades com 13 votos favoráveis, incluindo os de alguns vereadores de sua base. Por meio do perfil nas redes sociais, a prefeita afirmou ter sido vítima de um golpe do Poder Legislativo.

“Acabei de receber a informação que a Câmara votou meu afastamento como prefeita. Um golpe aplicado pelo nosso Legislativo. Quero dizer do nosso trabalho, 120 dias a frente. A população reconheceu nosso trabalho. Chamo a população para juntos lutar. É um golpe que foi aplicado. Sabemos que não é o desejo da população de Limoeiro”, disse a gestora.

Dilmara foi acusada de indicar aos cargos de assessora de contabilidade e assessor de licitações, pessoas não contavam com experiência prévia nas funções, o que sugeria uma possível indicação tendenciosa. A denúncia cita fotos da gestora com nomes indicados e participação da assessora em "amigos secretos" em companhia da prefeita. Ainda insinuam que ambos teriam exercido o cargo sem estarem contratados formalmente e que a prefeita usou "aparelhos estatais para fim de promoção pessoal".

Ela chegou ao cargo após o "sumiço" do prefeito eleito, caso que foi investigado por meses pelo Ministério Público do Ceará (MPCE). O órgão pediu o afastamento dele por 90 dias, a fim de evitar ilícitos diante da ausência do gestor do município.

O promotor, Felipe Carvalho de Alencar, solicitou ainda a devolução de R$ 166 mil, bem como pagamento de multa no mesmo valor, totalizando R$ 333 mil sob a acusação de improbidade administrativa. Dias depois, Lucena pediu licença do cargo. 
 
Fonte o Povo