Foto Ribamar Neto/UFC |
Uma
caneta que, utilizada sob supervisão médica, permite analisar os
movimentos realizados pelos pacientes para buscar o diagnóstico de
Parkinson. O dispositivo computadorizado foi criado e aprimorado por
pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) para auxiliar na
detecção precoce da doença, que ainda é incurável e tem sintomas mais
evidentes apenas nos estágios mais avançados. A pesquisa, porém, precisa
de financiamento.
Para
isso, foram realizadas duas pesquisas lideradas pelo professor do
Departamento de Engenharia de Teleinformática da UFC, Victor Hugo Costa
de Albuquerque, em parceria com outras instituições do Brasil e do
exterior. A primeira delas, que levou ao desenvolvimento da caneta
inteligente, foi publicada revista Sensors em outubro de 2020, em
parceria com a Universidade de Lisboa, em Portugal, a Universidade King
Saud, na Arábia Saudita, e a Universidade de Calábria, na Itália.
A
caneta foi desenvolvida para ser utilizada durante o chamado teste de
diadococinesia em papel, que consiste em aferir a habilidade do paciente
de realizar movimentos rápidos, repetidos e alternados por meio de
traços feitos à mão. Comparado a pacientes saudáveis, pessoas com doença
de Parkinson apresentam movimentos diferentes em relação ao alcance,
velocidade e tempo para finalizar o teste.
O
estudo elaborou um dispositivo eletrônico com dois sensores acoplado à
tampa de uma caneta comum e envia os sinais captados para um software.
Dessas informações, são extraídas características como aceleração da
caneta e tempo para completar a tarefa. O software analisa esses dados
por meio de técnicas de aprendizado de máquina, e os resultados serão
validados pelo médico para o diagnóstico do paciente.