Foto: Agência Brasil
Peritos médicos do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS) decidiram se unir aos servidores federais em protesto pelos reajustes salariais não concedidos ao funcionalismo pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). De acordo com fontes ouvidas pelo Metrópoles, a previsão é que os peritos vão cruzar os braços na próxima segunda-feira (31/1).
A classe reivindica aumento de 19,9% no salário.
A União reservou R$ 1,7 bilhão no Orçamento de 2022, mas não descreveu quais categorias serão contempladas. O valor, no entanto, já foi prometido para cobrir o reajuste salarial dos policiais federais, demanda que partiu do próprio mandatário do país.
O Ministério da Economia calcula que a cada 1 ponto percentual de reajuste salarial o custo para os cofres públicos é de R$ 3 bilhões por ano.
De acordo com a advogada Mayara Reges, do escritório Marcos Inácio Advogados, advogada especialista em direito previdenciário, mais de 25 mil peças de perícia serão atrasadas em razão da greve. “Se não houver acordo entre as partes interessadas, milhares de pessoas vão ficar sem perícia até março de 2022”, assinalou a profissional.
Ela ainda lembra que a categoria pede mais do que o reajuste salarial, uma vez que os servidores vivem um momento de sobrecarga.
“Outros pleitos são limitar a 12, no máximo, os atendimentos periciais presenciais por dia; o fim da teleperícia; a promoção imediata de concurso público; e a edição do decreto regulamentador da categoria, que já possui previsão legal”, detalhou ao Metrópoles.
Sobrecarga
De acordo com fontes da própria autarquia, que preferiram não se identificar, a situação no INSS está “caótica” devido a um forte encolhimento no quadro de funcionários. O órgão negocia, inclusive, a transferência de mil trabalhadores da Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) para auxiliar no atendimento a beneficiários da Previdência Social.
O empréstimo de mão de obra da estatal está em discussão desde maio para evitar que atividades que tratam da Previdência Social sejam ainda mais comprometidas.
“O governo abandonou os órgãos públicos. Está tudo desmontado. O último concurso foi realizado em 2015, no governo Dilma. De lá para cá, também morreu muita gente por causa da Covid-19, outros se aposentaram, servidores mais novos foram pra outros órgãos. Está sem servidor”, afirmou um funcionário.
Desde 2016 até este ano, foi registrada queda de 10 mil funcionários. O quadro de pessoal do INSS caiu de 33 mil para 23 mil no período.
Fonte: metrópoles