Com anúncio
da reformulação do Bolsa Família feito pelo presidente da República,
Jair Bolsonaro (sem partido) na última quarta-feira, 16, a equipe
econômica do governo foi pressionada para tentar encontrar verbas para
sustentar o novo valor de R$ 300 e o aumento no número de beneficiário. A
solução estudada no momento é o fim do abano salarial do Pis/Pasep.
A medida que representa uma contradição de Bolsonaro,
que ainda em 2020, ao anunciar a reformulação do Bolsa Família, tinha
dito que jamais "tiraria dinheiro dos pobres para dar aos paupérrimos".
Porém, diante das crises de popularidade, o presidente, segundo
informações obtidas pelo UOL, não só cogita eliminar o abono salarial,
como já autorizou os estudos preliminares que encerramento do
benefício.
Com cota máxima de até um salário mínimo, valor estimado em R$ 1.100 no patamar atual, o Programa de Integração Social (Pis) quanto o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep)
são tributos a serem pagos para viabilizar o pagamento do
seguro-desemprego e outros encargos trabalhistas. Anualmente, cerca de
25 milhões de brasileiros que ganham até dois salários mínimos recebem o
valor entre R$ 92 e um salário mínimo.
UOL pontua ainda que
segundo fontes internas do Governo Federal, o Ministério da Cidadania
teria apresentado a proposta a Bolsonaro, garantindo que com o fim do
abono salarial seria possível aumentar a verba do Bolsa Família em cerca
de R$ 20 bilhões, que somados aos já estabelecidos R$ 35 bilhões
garantiriam a viabilidade do aumento pago pelo programa.
A
medida garantiria também ao novo Bolsa Família a possibilidade de
abarcar um número maior de pessoas, algo fundamental para a ação de
Bolsonaro já que segundo determinação do Supremo Tribunal Federal (STF),
o Governo Federal somente pode reestruturar o programa, se zerar a fila
de pedidos que estão pendentes, o que representa cerca de um milhão de
famílias.
O foco da articulação política proposta é viabilizar o valor de R$ 300 a partir de 2022, já que para este ano, o fundo do auxílio emergencial, também pago paro beneficiários do Bolsa Família, garantem a reestruturação já este ano, sem ultrapassar o limite de gastos estipulado.
Para
o futuro, porém, o Governo Federal carece de verbas para viabilizar a
mudança no Bolsa Família, e até as informações divulgadas nesta
quinta-feira, 17 de junho, as propostas em circulação interna na base
aliada se trata da redução ou cancelamento de outros benefícios para
aumentar o valor pago no programa social Bolsa Família.
A
fonte consultada pelo UOL garantiu que Bolsonaro estaria "mais aberto"
para esse tipo de propostas, que na prática é tirar verbas de ações
sociais para população pobre para beneficiar os brasileiros paupérrimos.
A fonte também teria pontuado que diante os cálculos preliminares, o
presidente estaria seguro que a extinção do Pis/Pasep pode ser a "medida
correta" para aumentar a abrangência e o valor pago pelo Bolsa
Família.
Quem tem direito a receber o Pis/Pasep ?
Cerca
de 700 mil trabalhadores que possuem direito a sacar o abono salarial
do Pis/Pasep de 2020-2021 ainda não reivindicaram o dinheiro e, caso
não realizem o saque até o dia 30 de junho, somente poderão ter acesso
aos valores novamente no próximo calendário, previsto para 2022. O
somatório do benefício não sacado ultrapassa o patamar de R$ 440 milhões
a serem pagos pela Caixa Econômica Federal, para profissionais do setor
privado, e pelo Banco do Brasil para trabalhadores do setor público. Os
requisitos são:
>> Estar cadastrado no PIS/Pasep há pelo menos cinco anos.
>> Ter recebido remuneração mensal média de até dois salários mínimos com carteira assinada em 2019.
>>
Ter exercido atividade remunerada para pessoa jurídica, durante pelo
menos 30 dias, consecutivos ou não, no ano-base considerado para
apuração.
>> Ter seus dados informados pelo empregador corretamente na Relação Anual de Informações Sociais (RAIS)/eSocial.