Uma
projeção do Sistema de Monitoramento Preditivo (Simop) da Universidade
Federal do Ceará (UFC) indica que a média móvel de casos de Covid-19 no
Estado deve se estabilizar na primeira quinzena de abril. A de mortes
pela infecção, por sua vez, também segundo o estudo acadêmico, deve
ficar estável somente entre o fim do mês e o início de maio.
“A
tendência é que a gente comece a entrar numa zona chamada de ‘platô’,
ou seja, uma zona na qual o crescimento no número de casos diários tende
a diminuir e se estabilizar”, aponta em um vídeo publicado no Youtube o
professor André Lima Férrer de Almeida, do departamento de Engenharia
de Teleinformática da UFC, um dos pesquisadores à frente do estudo.
A
previsão é feita com base nas taxas atuais de contágio e considerando o
momento atual de lockdown decretado pelo Governo do Ceará em todo o
território estadual. “Se houver uma mudança brusca no comportamento da
sociedade durante as próximas semanas, vai representar um novo pico mais
pra frente”, explicou o professor em entrevista à reportagem.
André
comenta ainda que a média móvel de óbitos — bem como a demanda por
assistência hospitalar — está numa crescente, principalmente, desde
fevereiro, mas que, em abril, a tendência é desacelerar. “Hoje, por
exemplo, o ponto máximo está entre 100 e 150 de média móvel de óbitos.
Ainda haverá crescimento, mas numa velocidade bem menor”, espera.
Demanda hospitalar
De
acordo com as projeções, a pressão sobre o sistema hospitalar no Estado
também deve ser grande no mês de abril. “O platô na curva de demanda
hospitalar deve ser mais pela terceira semana de abril”, observa André.
Isso porque o número de novos casos, por mais que se estabilize, ainda
será alto, e porque as internações pela doença estão sendo mais
prolongadas.
Até
ás 19 horas de terça-feira (30), segundo o IntegraSUS, de onde foram
colhidos os dados para a pesquisa da UFC, a taxa de ocupação de leitos
de terapia intensiva (UTI) no Ceará era de 92,85% e a de leitos de
enfermaria, 78,16%.