Hoje
está vazio o sofá localizado na varanda de uma casa na cidade de Rio
Manso, na região metropolitana de Belo Horizonte, local de encontro de
um casal com mais de sete décadas de casamento. Marido e mulher são mais
duas vítimas novo coronavírus no Estado.
As mortes dos dois aconteceram com um espaço de 11 dias entre uma e outra.
A
primeira vítima foi Antônio Borges dos Santos, de 95 anos, no dia 17 de
maio. A estudante Lívia Luiza, neta do casal, conta que o avô teve falta
de ar e precisou ser internado em uma UPA (Unidade de Pronto
Atendimento) da cidade de São Joaquim de Bicas, na Grande BH. A família
não suspeita da covid-19.
Aos 89
anos, Luiza Francisca Pereira perdia seu companheiro de vida. Abalada, a
idosa disse que não conseguiria viver sem ele. Um dia após o
falecimento do marido, ela foi internada na mesma unidade de saúde.
No dia
28 de maio, Luiza morreu com os mesmos sintomas. Os exames médicos do
casal que completaria 71 anos de união no próximo mês de junho deram
positivo para coronavírus.
Lívia
relata que após a divulgação do diagnóstico, a família precisou ser
isolada e também testada. Até o momento, apenas a cuidadora dos idosos
testou positivo para a doença. Agora, os parentes tentam se apegar às
lembranças do casal.
— Eles
sentavam na varanda da casa para ver os carros passarem e ver as
pessoas passando na rua, sempre juntinhos e abraçados. Não podiam ver
que estávamos vigiando, que rapidinho paravam de abraçar.
Balanço
O
balanço da Secretaria de Estado de Saúde aponta que Minas Gerais tem,
até este sábado, 9.630 moradores com exames positivos para covid-19 e
263 mortes provocadas pelo novo vírus. Até o momento, os únicos óbitos
confirmados na cidade de Rio Manso são os dos avós de Lívia.