O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira (21) que as
pessoas voltem ao trabalho usando máscaras, assim que o projeto em
tramitação no Congresso que obriga o uso de máscaras protetoras for
aprovado. Para o presidente, a segurança fornecida pelos equipamentos
justifica uma eventual retomada da atividade econômica, de forma que "se
não puder (trabalhar) é porque a máscara não funciona".
Durante a transmissão, Bolsonaro afirmou que "mais importante que a
vida, é a liberdade", e que "morre muito mais gente de pavor do que de
um ato em si".
"Se nós dizemos a vocês que a máscara evita o contágio, vamos poder
trabalhar de máscara, porque, se não puder, é porque a máscara não
funciona. Tem que voltar a trabalhar, pô, a vida continua", disse o
presidente em transmissão de vídeo feita em sua página no Facebook. Na
live, Bolsonaro também voltou a defender o uso da cloroquina no
tratamento da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, embora
reconheça que ainda não há comprovação científica de que o medicamento
funcione contra o vírus.
"Nós sabemos que não tem uma comprovação científica, mas tem muitos
relatos de médicos, de pessoas com comorbidades que tomaram a
hidroxicloroquina e estão vivos. Claro que alguns morrem, mas a grande
maioria vive e conta sua experiência". "Quem quiser tomar, toma. Quem
não quiser, não toma", arrematou.
Se antecipando a possíveis críticas focadas nos efeitos colaterais da
cloroquina, Bolsonaro explicou que "todo remédio tem efeito colateral" e
que até água em excesso pode matar.
O presidente também disse que, diante da ausência de um medicamento que
comprovadamente ajude contra a covid-19, é o caso de "deixar o cara
tentar com a cloroquina". Exemplificando, disse que "eu, quando tenho
problema de estômago, tomo Coca-Cola. Me desculpem os médicos, mas
funciona".
Na transmissão ao vivo, Bolsonaro afirmou não saber se foi contaminado
pelo coronavírus, apesar de ter testado negativo em três testes. "Eu não
sei se eu adquiri. No avião que eu voltei dos Estados Unidos, 23
pegaram. Se eu peguei, não aconteceu nada, nunca espirrei, olho
vermelho, cansado, nada", minimizou.
Ele voltou a dizer que a saída de Regina Duarte da Secretaria Especial
de Cultura se deu por questões familiares. "A questão de família depois
de uma certa idade pega e pesa. Ela vai para a Cinemateca ou outro
órgão. Não podemos viver sem a Regina Duarte, eterna namoradinha do
Brasil", disse.