Rolando Alexandre de Souza é o novo diretor-geral da Polícia Federal |
O
presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nomeou Rolando Alexandre de
Souza para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal. A escolha foi
publicada em edição extra do Diário Oficial da União desta segunda-feira
(4).
Neste
domingo (3), nos protestos contra o STF (Supremo Tribunal Federal) e o
Congresso, Bolsonaro avisou que nomearia o novo diretor. A escolha de
Souza ocorre após o ministro Alexandre de Moraes, STF (Supremo Tribunal
Federal), ter barrado o nome de Alexandre Ramagem, amigo da família
Bolsonaro, para o comando da PF.
O novo
diretor-geral do órgão foi indicado a Bolsonaro pelo próprio Ramagem.
Souza é atualmente secretário de Planejamento da Abin (Agência
Brasileira de Inteligência), comandada por Ramagem.
A
escolha é vista internamente como uma medida temporária. O presidente
ainda tem esperança de encontrar uma saída para nomear o amigo de sua
família para o cargo máximo da PF.
De
acordo com auxiliares do presidente ouvidos pela Folha, Bolsonaro foi
aconselhado a ter pressa para escolher um novo nome para o órgão após a
decisão de Moares.
A
liminar do ministro do STF contra Ramagem se baseiou, principalmente,
nas afirmações de Bolsonaro de que pretendia usar a PF, um órgão de
investigação, como produtor de informações para suas tomadas de decisão.
O
comando da PF foi o estopim para a saída de Sergio Moro do Ministério da
Justiça. Bolsonaro demitiu Maurício Valeixo, escolhido por Moro, da
diretoria-geral da PF. Moro deixou o cargo acusando Bolsonaro de querer
interferir na atuação da polícia.
O
ministro do STF concedeu liminar (decisão provisória) a uma ação
protocolada pelo oposicionista PDT, que alegou "abuso de poder por
desvio de finalidade" com a nomeação do delegado para a PF.
Moraes
destacou que sua decisão era cabível pois a PF não é um "órgão de
inteligência da Presidência da República", mas sim "polícia judiciária
da União, inclusive em diversas investigações sigilosas".
Bolsonaro
reagiu e chamou de "política" e de "canetada" a decisão do ministro.
"Eu respeito a Constituição e tudo tem um limite." "Se [Ramagem] não
pode estar na Polícia Federal, não pode estar na Abin [Agência
Brasileira de Inteligência]. No meu entender, uma decisão política",
declarou.
No
domingo, presidente mandou um recado ao STF: "Peço a Deus que não
tenhamos problemas essa semana,. Chegamos no limite, não tem mais
conversa, daqui pra frente, não só exigiremos, faremos cumprir a
Constituição, ela será cumprida a qualquer preço, e ela tem dupla mão".