A Prefeitura de Fortaleza iniciou um processo licitatório para a
construção de 22.897 vagas de sepultamentos no Cemitério Público
Municipal Bom Jardim, devido ao aumento de óbitos causados pela
Covid-19.
A ampliação do maior cemitério da cidade ainda não tem data
definida, mas a previsão de entrega é de 90 dias após o início das
obras. Nove coveiros devem integrar a equipe do equipamento.
As mortes por infecção pelo novo coronavírus já somam 458 no Ceará, e
outros 7.532 pacientes foram diagnosticados com a doença, até a manhã
desta quinta-feira (29), conforme plataforma IntegraSUS, da Secretaria
da Saúde (Sesa).
Fortaleza concentra o maior número de casos confirmados e mortes por
Covid-19 no Ceará. Considerada epicentro da contaminação pelo vírus no
estado, a capital registra 5.712 casos confirmados de infecção e 349
mortes.
A construção das covas na cidade está orçado em R$ 5.234.476,30.
Serão 495 unidades para adultos, 132 vagas infantis, 66 do tipo especial
e 99 outras para membros.
No documento de licitação, a prefeitura pontua que Fortaleza é a
cidade com maior número de casos de infecção pelo SARS-Cov-2 do
Nordeste, justificando este como o “motivo pelo qual se impõe o
acompanhamento constante da situação do cemitério Parque Bom Jardim,
para evitar a falta de leitos para sepultamento”.
No primeiro lote da ampliação, serão construídas 18.144 unidades de
ossuários, tipo de depósito para restos mortais, feitas em concreto
pré-moldado, com orçamento de R$ 1.763.186,34.
Os jazigos, monumentos onde uma pessoa é sepultada, serão
distribuídos entre adultos, crianças, indivíduos de maior porte
(especiais) e membros (partes do corpo amputadas e que precisam ser
enterradas). O orçamento é de R$ 3.471.289,96.
Ampliação do cemitério
O Cemitério Municipal Bom Jardim é a unidade que deve receber a
maioria das vítimas da pandemia do novo coronavírus em Fortaleza, como
confirma a própria prefeitura no edital. As obras serão administradas
pela Secretaria da Regional V. Também são contratados nove coveiros
nessa semana porque, além dos sepultamentos, estão sendo feitas
exumações.
“É importante que fique muito claro que o nosso esforço é para que as
pessoas sobrevivam. Precisamos estar preparados para uma necessidade,
que ainda não chegou, de ampliação das vagas de sepultamento”, pondera
Renato Lima, titular da Secretaria Municipal da Gestão Regional.
Renato explica que as vagas serão criadas conforme a demanda para o
Cemitério Bom Jardim, que realiza, em média, 15 sepultamentos por dia. O
secretário observa que, durante o período de pandemia, o número “não
alterou muito” – chegando a 20, em alguns dias. Fatores como a queda de
mortes no trânsito, devido às medidas de isolamento social, impactam no
registro, ele justifica.
Atualmente, o cemitério público possui 3 mil vagas para enterros.
Além da ampliação, medidas como “EPIs (Equipamentos de Proteção
Individual) para os coveiros, máscaras de acrílico, distribuição de
urnas para famílias que precisam, já que 10% dos sepultamentos acontecem
com caixões doados pela Prefeitura” estão entre os procedimentos
previstos.