quarta-feira, 20 de novembro de 2019

Chuvas em novembro estão abaixo da média no Ceará; diferença em relação a 2018 ainda não preocupa agricultura

Novembro antecede a pré-estação chuvosa no Ceará e o acumulado parcial deste ano está em torno de apenas 10% da média para o mês (5,8 mm). Enquanto em 2018, foram registrados 15,8 mm (quase o triplo da média) em novembro, o acumulado parcial do mês atual é de 0,5 mm. Os dados são da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme).

Das oito macrorregiões divididas pela Fundação, sete tem chuvas abaixo do normal para este mês. Somente o Litoral Norte registrou precipitação acima da média: o normal esperado para o período na região é 1.4 mm, até o momento, foram acumulados 3.8 mm - um desvio positivo de 161.9%. Em contrapartida, após 20 dias em novembro, não choveu no Maciço de Baturité nem no Sertão Central e Inhamuns; as macrorregiões tem normal esperado de 5 mm para o mês.

"Está tudo incerto, a chuva tem chegado às vezes antes, às vezes depois do esperado", comenta Flávio Viriato de Saboya Neto, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec). O cenário diferente, entretanto, não chega a preocupar os agricultores, para quem as precipitações se tornam um pauta daqui alguns meses. "As chamadas chuvas do caju, que acontecem no litoral nessa época, e algumas chuvas no Cariri são até esperadas para agora, mas o cenário começa a se definir entre o fim de dezembro e já em janeiro".

Chuvas de pré-estação

As precipitações de dezembro e janeiro no Estado são causadas por frentes frias que vem do Sul, o que afeta a atmosfera e forma o que meteorologistas chamam de vórtice ciclônico, uma movimentação circular dos ventos na alta atmosfera que pode provocar chuvas.

Para a pré-estação 2019-2020, o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC/Inpe) prevê chuvas abaixo da média. Já o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta precipitações dentro da normalidade. A Funceme, por sua vez, não apresenta prognóstico para os meses.

Como as frentes frias normalmente vêm do Sul, elas podem ser acompanhadas por imagens de satélite e é possível saber se atingirão determinados locais do Estado com alguns dias de antecedência. Entretanto, os fatores que causam as frentes frias são imprecisos e, "desta forma, é impossível prever com meses de antecedência como serão essas frentes, quanto tempo durarão, e qual o volume de chuvas trazido por elas", explica a Funceme em sua cartilha sobre previsão meteorológica para a estação chuvosa no Ceará.

Assim, a previsibilidade é mais baixa do que para o período entre fevereiro e maio. Por essa razão, as previsões de chuvas na pré-estação é de três dias e não de todo o bimestre.

Reservatórios

Dos 155 açudes monitorados pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), 85 estão abaixo dos 30%, 25 estão no volume morto e outros 13 são considerados secos. Apenas dois (Germinal e Jenipapo) possuem volume superior a 90%. As informações são da resenha dessa segunda-feira, 18. O Castanhão, maior açude do Estado, está com apenas 3,44% do seu volume máximo.
Com informações do O Povo.