Apontada como favorita ao título da Copa do Mundo, a Seleção Brasileira
sofreu, mas conseguiu arrancar a primeira vitória na Rússia nos
acréscimos do segundo tempo. Com um gol de Philippe Coutinho, o seu
segundo na competição, e outro de Neymar, a equipe derrotou a Costa Rica
por 2 a 0, na Arena Zenit, em São Petersburgo, nesta sexta-feira. Mas
novamente reclamou de decisões da arbitragem e teve atuação irregular.
Desta vez, os protestos brasileiros envolveram a anulação de um pênalti
em Neymar, já na reta final do segundo tempo. O árbitro holandês Bjorn
Kuipers chegou a marcar a infração de Giancarlo González, que deu uma
leve segurada no atacante, mas a anulou ao revisar o lance através do
recurso do árbitro de vídeo, por considerar que o brasileiro simulou a
falta.
A jogada diz muito sobre a atuação de Neymar, principal jogador do
elenco brasileiro, mas que voltou a pecar pelo individualismo e reclamou
demais do juiz. Ele marcou o segundo gol da seleção pouco depois, aos
51, após erro da defesa da Costa Rica, mas ainda não exibiu, na Rússia,
maturidade e talento para liderar a seleção ao sexto título mundial.
Restou, assim, a Philippe Coutinho o poder de decisão para marcar o seu
segundo gol na Copa do Mundo e aliviar a situação da seleção brasileira
em uma jogada que fugiu ao estilo Tite, com a participação de seus dois
centroavantes, abrindo o caminho para a vitória.
Brasil e Costa Rica encerram a participação no Grupo E da Copa na
quarta-feira. A seleção de Tite vai encarar a Sérvia em Moscou, enquanto
a equipe da América Central terá pela frente a Suíça em Nijni Novgorod.
A equipe nacional soma quatro pontos, enquanto os costarriquenhos estão
fora.
Jogo duro
O início do jogo em São Petersburgo foi difícil para a Seleção
Brasileira. A equipe tinha problemas para superar o sistema defensivo da
Costa Rica, escalada no esquema 5-4-1 e bem fechada, com as tentativas
de passes verticais, para penetrar na grande adversária sendo quase
todos errados. Por isso, a finalização de Philippe Coutinho logo aos
dois minutos do primeiro tempo foi uma grande ilusão.
Afinal, o Brasil parecia nervoso em campo e não voltaria a arriscar ao gol defendido por Keylor Navas antes do 22º minuto.
Para piorar a situação da equipe de Tite, a Costa Rica tinha êxito em
sua estratégia nos poucos momentos em que tinha a posse de bola,
atacando em jogadas de velocidade e de ligação direta. E encontrava
espaços na defesa brasileira. O Brasil só cresceu, de fato, em campo a
partir dos 25 minutos. Foi quando a equipe passou a acelerar mais o
jogo, tentando envolver a Costa Rica em lances quase sempre construídos
pelo lado esquerdo do ataque, com as participações de Neymar, quando ele
apostava no jogo coletivo, e, principalmente, Marcelo. Além disso, a
marcação pressão sobre os costarriquenhos acabou com os seus lances de
perigo. A inoperância do Brasil, especialmente em jogadas pelo lado
direito do ataque, levou Tite a trocar Willian por Douglas Costa já no
intervalo. E a equipe também teve mudança de postura, impondo uma blitz.
Era um Brasil mais ligado e também mais ofensivo, pois Paulinho,
apagado no primeiro tempo, recebeu aval para avançar, fazendo uma
interessante "dobradinha" com Douglas Costa, algo que quase rendeu um
gol ao meio-campista, não fosse a boa intervenção de Navas aos dez
minutos.
Aos 46 minutos, Marcelo cruzou, Firmino ajeitou de cabeça e Gabriel
Jesus não dominou, mas Philippe Coutinho chutou de bico para superar
Navas e fazer 1 a 0. A defesa da Costa Rica, então, se abriu e o Brasil
aproveitou. Perdeu chances, mas definiu o triunfo aos 51 minutos, em
contra-ataque puxado por Casemiro, que acionou Douglas Costa. Ele só
rolou para Neymar, sozinho, finalizar: 2 a 0. Assim, com muita emoção,
polêmica e gols no fim, a seleção venceu a primeira na Rússia.