A manhã desta sexta-feira (25) já começou com paralisações na Avenida Mister Hull. No primeiro momento, apenas o sentido Fortaleza-Caucaia estava bloqueado pelos caminhões. Agora, os motoristas estão impedidos de passar nos dois sentidos. Pelo menos 12 caminhões estão no local bloqueando a via, o que causa lentidão no trânsito. A Polícia Rodoviária Federal (PFR) confirmou que pelo menos 13 estradas federais, incluindo a Mister Hull, estão com bloqueios.
Com o ato, é o 5º dia consecutivo de ações de caminhoneiros em protesto pelo aumento do reajuste, apesar do anúncio de acordo anunciado na última quinta (24) entre o Governo Federal e representantes nacionais da categoria.
Quem passa pela Avenida Mister Hull está tendo que desviar e procurar rotas alternativas para chegar ao seus destinos e fugir do congestionamento. Uma longa fila de carros pode ser vista no local.
Equipes da PRF estão na Avenida para auxiliar no tráfego.
Greve é suspensa por 15 dias; duas entidades não aderem ao acordo
Após sete horas de reunião entre o governo federal e os representantes
dos caminhoneiros, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) anunciou na
última noite (24), que houve acordo pela suspensão da greve por 15 dias.
Nove das 11 entidades presentes à reunião aceitaram a proposta do
Executivo, que prevê um prazo de 30 dias para reajustes no preço do
diesel. Esta era uma das principais demandas dos caminhoneiros, que
queriam mais previsibilidade nos reajustes.
Para não interferir na política de preços da Petrobras e também
garantir essa previsibilidade, o ministro Eduardo Guardia (Fazenda)
disse que haverá um mecanismo de compensação à Petrobras a cada 30 dias,
que terá que ser calculado mês a mês entre o preço que a estatal
adotaria e o efetivamente adotado.
"O compromisso da Petrobras (de desconto no preço do diesel) é por 15
dias. Depois, a política volta normalmente. A política de preços
continua preservada até a porta da refinaria", assegurou Guardia. O
acordo do governo com caminhoneiros também inclui a manutenção do
desconto de 10% no diesel por 30 dias.
Entenda a paralisação
A paralisação nacional dos caminhoneiros começou segunda-feira (21) contra os sucessivos aumentos no preço dos combustíveis. A greve, no entanto, afetou outros serviços, como os Correios, que quarta-feira (23) anunciou que suspendeu postagens de Sedex com dia marcado.
Em Fortaleza, os postos de gasolinas aumentaram os valores praticados
nas bombas. A greve também impactou o abastecimentos de aeroportos ao redor do Brasil, por isso a Agência Nacional de Aviação Civil
(Anac) recomendou aos passageiros, com voos marcados para os próximos
dias, que consultem as companhias antes de se deslocarem para os
aeroportos até que a situação se normalize. Até o momento, no entanto,
de acordo com a Fraport, concessionária do Aeroporto de Fortaleza, as operações estão ocorrendo normalmente.
O abastecimento de frutas e hortaliças no Ceará também ficou
comprometido devido à greve dos caminhoneiros e os preços dos produtos
aumentou até 220% em um mês.
A insatisfação pelos altos preços dos combustíveis ainda afetou outra
classe na Capital: a dos motoristas de aplicativos. Desde quinta-feira
(24), eles se uniram aos caminhoneiros para protestar contra o aumentos
nas bombas.