Apesar de o governo federal ter fechado um acordo com representantes da categoria na noite desta quinta-feira (24), caminhoneiros mantêm protestos pelo Ceará ao longo desta sexta-feira (25). Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), pelo menos 14 municípios
do Estado estão com bloqueios confirmados em rodovias federais, em
virtude de atos contra o preço dos combustíveis. Trata-se do quinto dia
consecutivo de manifestações, que começaram em todo o Brasil na última segunda-feira (21).
Retomado na quarta-feira (23), o bloqueio no quilômetro (km) 18 da
BR-116, no município de Eusébio, na Região Metropolitana de Fortaleza
(RMF), segue acontecendo ao longo desta manhã. No local, caminhões
ocupam ambos os sentidos do acostamento e bloqueiam a passagem de
veículos de carga. Conforme a PRF, o trânsito está fluindo com apenas
uma faixa liberada, mas permanece lento e o congestionamento já está em
2km.
Ainda conforme a Polícia Rodoviária, a maior manifestação registrada no Ceará ocorre no km 70 da BR-116, no município de Chorozinho,
onde aproximadamente 800 caminhões ocupam 6 km do acostamento,
bloqueando totalmente o trânsito de veículos de carga. Outros atos
também ocorrem em várias regiões do Estado, de Norte a Sul. Nesta
sexta-feira, a PRF registrou, ainda, o início de uma nova interdição no
Anel Viário de Maracanaú, entre a rotatória da Ceasa e o Posto Pioneiro.
Equipes estão em deslocamento para confirmação.
Confira todos os bloqueios confirmados no Ceará:
1 - Eusébio: BR-116, km 18, nos dois sentidos. A
rodovia se encontra parcialmente interditada por caminhoneiros. Uma
faixa liberada para o trânsito dos demais veículos. Trânsito lento,
congestionamento de 2km.
2 - Chorozinho: BR-116, km 70. Há aproximadamente 800
caminhões ocupando 6 km de acostamento, em ambos os sentidos. Os
manifestantes estão bloqueando somente veículos de carga. Não há
congestionamento, apenas lentidão no trânsito.
3 - Russas: BR-116, km 168. Cerca de 8 caminhões ocupam o acostamento da rodovia, bloqueando passagem de veículos de carga.
4 - Tabuleiro do Norte: BR-116, km
215. Interdição parcial, onde uma fila de caminhões ocupam o acostamento
e o Posto Cachoeira III. A manifestação está bloqueando apenas passagem
de veículos de carga.
5 - Alto Santo: BR-116, km 250. Ocorre uma interdição
parcial, onde uma fila de caminhões ocupam o acostamento. A manifestação
está bloqueando apenas passagem de veículos de carga.
6 - Penaforte: BR- 116, km 545. Ocorre uma interdição
parcial, sem previsão de liberação, com cerca de 200 caminhões. Trânsito
liberado para todos os tipos de veículos, exceto os de carga.
7 - Tianguá: BR-222, km 334. Ocorre uma interdição parcial com cerca de 100 caminhões no acostamento em ambos os sentidos.
8 - Aracati: BR-304, km 47. Interdição parcial, onde
uma fila de caminhões ocupam o acostamento. A manifestação está
bloqueando apenas passagem de veículos de carga.
9 - Canindé: BR-020, km 308. Interdição parcial, onde
uma fila de caminhões ocupam o acostamento. A manifestação está
bloqueando apenas passagem de veículos de carga, liberando para
automóveis e ambulância.
10 - Sobral: BR -222, km 249. Interdição parcial. A
manifestação está bloqueando apenas passagem de veículos de carga, com
queima de pneus e desvio pelo acostamento para automóveis, ônibus e
ambulância.
11 - Brejo Santo: BR-116, km 500. Ocorre uma
interdição parcial, sem previsão de liberação. A manifestação está
bloqueando, com pneus, apenas passagem de veículos de carga, liberando
para automóveis, ônibus e ambulância.
12 - Tauá: BR-020, km 84. Interdição parcial com
poucos caminhões, que reivindicam redução do preço do óleo diesel.
Bloqueio apenas para de veículos de carga, liberado para automóveis,
ônibus e ambulância.
13 - Caucaia: BR-222, km 05. Ocorre uma interdição total no sentido Fortaleza, com desvio pelo bairro Potira.
14 - Maracanaú: BR-020, km 419,2. Interdição parcial,
com congestionamento de cerca de 2 km, sem previsão de liberação. Queima
de pneus no local.
Reivindicações
Os atos reivindicam a redução no preço dos combustíveis, que passaram
por uma série de aumentos nas últimas semanas. Nesta quarta-feira (23),
inclusive, os postos da Capital voltaram a elevar os valores cobrados pelo litro do diesel e da gasolina, que atingiu R$ 4,89.
Conforme a Associação Brasileira dos Caminhoneiros (Abcam), as manifestações devem continuar em todo o País, apesar de o governo federal ter acertado a redução da Cide (Contribuição
de Intervenção no Domínio Econômico) que incide sobre o preço do
diesel. Na noite desta quarta-feira, a Câmara dos Deputados também
aprovou uma proposta que deve zerar, até o fim deste ano, a PIS/Cofins que incide sobre o diesel.
Conforme o presidente da Abcam, que organiza o movimento da categoria,
José da Fonseca Lopes, as medidas são positivas, mas ainda insuficientes
para acabar com a paralisação nacional.