
“Ordenei às Forças Armadas dos Estados Unidos que lancem
ataques de precisão contra alvos associados à capacidade de armas
químicas do ditador (da Síria) Bashar Al Assad”, disse Trump em
discurso na Casa Branca.
Enquanto o presidente anunciava os
ataques, várias explosões foram ouvidas na capital da Síria, Damasco,
segundo correspondente da AFP. A TV estatal síria também reportou os
ataques americanos e a defesa antiaérea entrou em ação contra a
“agressão” americana. Instantes depois de ordenar o ataque, Trump
responsabilizou Rússia e Irã “por apoiar, equipar e financiar o regime
criminoso” da Síria. Por isso, acrescentou, a Rússia “descumpriu suas
promessas” de impedir que o governo de Assad use armas químicas. A
porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, afirmou que a Rússia também
era responsável pelo ocorrido porque “fracassou em impedir que ocorresse
um ataque com armas químicas”
Em Londres, a primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que não
havia “alternativa prática” ao uso da força na Síria, ao anunciar que o
Reino Unido se uniu à França e aos Estados Unidos para lançar ataques
contra a Síria.
“Esta noite autorizei as Forças Armadas britânicas a
realizarem bombardeios coordenados e dirigidos para degradar as
capacidades de armas químicas do regime e impedir seu uso”.
Em
Paris, o presidente francês, Emmanuel Macron, confirmou que o País
participou da operação conjunta, destacando que os bombardeios estavam
“circunscritos às capacidades do regime que permitem a produção e o uso
de armas químicas”. “Não podemos tolerar a banalização do uso de armas
químicas”, explicou Macron, em comunicado.
Momentos antes do
pronunciamento de Trump, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike
Pence, que está em Lima participando da Cúpula das Américas, deixou
repentinamente um banquete sem dar explicações e retornou ao hotel onde
está hospedado, segundo jornalistas que o acompanham na viagem.
Mais cedo, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather
Nauert, anunciou que o País tinha provas de que Assad havia, de fato,
lançado o ataque com armas químicas na região de Duma. “Não direi quando
tivemos a prova. O ataque ocorreu no sábado e sabemos que foi um
ataque químico”, disse Nauert à imprensa, em Washington, acrescentando
que apenas alguns poucos países, como a Síria, tinham “esse tipo de
armas”.
No Conselho de Segurança da ONU, António Guterres, fez
também ontem um apelo dramático a agir com “responsabilidade” para
evitar uma “escalada militar total” na Síria. (AFP)