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 Justiça no Ceará expediu ontem mandado de prisão temporária para seis 
pessoas suspeitas das mortes no Ceará de Rogério Jeremias de Simone, o 
Gegê do Mangue, e Fabiano Alves de Souza, o Paca, chefes do PCC. A ordem
 foi assinada por juíza da 1ª Vara da Comarca de Aquiraz, a pedido da 
Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco).
O
 mandado de prisão aponta como envolvidos com os assassinatos Wagner 
Ferreira da Silva, Francisco Cavalcante Cidro Filho, José Cavalcante 
Cidro, Samara Pinheiro de Carvalho Cavalcante, Magna Ene de Freitas e 
Felipe Ramos Morais.
Wagner Ferreira da Silva é
 Waguinho, morto ontem em São Paulo e principal suspeito da morte de 
Gegê e Paca. De acordo com investigadores do Ministério Público de São 
Paulo, Waguinho, conhecido como Cabelo Duro e citado em bilhete 
apreendido pela Polícia Penitenciária em São Paulo, estaria no 
helicóptero que decolou com os dois chefes no PCC no Ceará na 
quinta-feira da semana passada e pousou em uma área de reserva indígena,
 em Aquiraz. Foi nessa região que os corpos da dupla de traficantes 
seriam encontrados no dia seguinte.
Felipe 
Ramos Morais é o piloto do helicóptero que levou Gegê e Paca de um 
heliponto próximo do Beach Park até a reserva. Lá, os dois criminosos 
foram mortos. Felipe já foi preso pelo menos duas vezes, uma delas por 
transportar drogas em helicóptero. Outra, por pilotar com registro 
irregular. Em 2014, foi condenado à prisão pela Justiça Federal no Ceará
 depois de ser preso transportando 174,8 quilos de pasta-base de cocaína
 vinda da Bolívia. A ordem foi da 25ª Vara Federal, de Iguatu.
A
 decisão da juíza que assina a ordem de prisão afirma que se trata de 
“representação por prisão temporária, postulado pela autoridade policial
 da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, com fito de 
elucidar as circunstâncias em que ocorreu o duplo homicídio em que são 
vítimas Rogério Jeremias de Simone e Fabiano Alves de Souza”.
De
 acordo com força-tarefa que investiga as mortes, Gegê e Paca foram alvo
 de represália dentro do próprio PCC. A principal linha, reforçada 
depois de apreensão de bilhete na Penitenciária 2 de Presidente 
Venceslau (a 620 km de São Paulo), é de que os dois traficantes, que 
chefiavam os negócios da facção fora da cadeia, estariam desviando 
dinheiro do PCC. 
 
