O Disque Denúncia lançou cartaz e está oferecendo recompensa de R$ 50
mil para quem der informações que levem à identificação e à prisão do
assassino do policial civil Bruno Guimarães Buhler, morto na sexta-feira (11), na Favela do Jacarezinho, no Jacaré, na Zona Norte.
No Portal dos Procurados, as recompensas pelos chefes do tráfico mais procurados do estado não passam de R$ 30 mil.
Conhecido como Bruno Xingu, o policial era um dos atiradores da
Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (Core), que estava dando
reforço à operação da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod), no
Jacarezinho, quando foi baleado no pescoço. Ele ainda chegou a ser
socorrido, mas acabou sofrendo uma parada cardíaca.
Desde o ano passado, o Disque Denúncia adotou um programa de recompensa
por informações que levem à identificação e prisão de criminosos
envolvidos em morte de policiais.
Só este ano, segundo o coordenador do programa Zeca Borges, o serviço
já recebeu 409 denúncias sobre suspeitos em crimes contra policiais. O
número do Disque Denúncia é o 2253-1177 e o anonimato do denunciante é
garantido.
5 dias de tiroteios
Desde a morte de Xingu, várias operações têm sido realizadas na
comunidade. Na terça-feira, no quinto dia seguido de tiroteio, um
morador que vendia frutas foi baleado e morreu. Uma outra moradora de 30
anos levou um tiro de raspão no rosto e está em observação.

A rotina de pânico para os moradores do Jacarezinho foi registrada por
uma equipe de reportagem da TV Globo, que filmou troca de tiros e a
tensão dos policiais (veja no vídeo acima).
Um blindado da Delegacia de Combate às Drogas pegou fogo. Os agentes
disseram que traficantes atiraram um coquetel molotov. O "caveirão" não
queimou totalmente, mas saiu de circulação.
O ex-chefe do tráfico na favela foi preso no domingo, na cidade de
Luziânia, em Goiás. Nilson Roger da Silva Freitas, o Roger do
Jacarezinho, levava uma vida confortável, numa chácara com piscina e
banheira de hidromassagem.
Os moradores não aguentam mais a rotina de desespero. Após a morte do
vendedor de frutas, eles fizeram um protesto contra a violência em
frente à comunidade e fecharam a Avenida Leopoldo Bulhões para pedir
paz. Pais e mães do Jacarezinho desejam que a vida dos filhos não seja
de tanto medo.
A terça-feira foi mais um dia de tiroteios não apenas no Jacarezinho.
Em toda a cidade, a violência impediu mais de quatro mil estudantes de
irem a escola. Nos morros da Covanca e do Barão, na Zona Oeste,
moradores com frequência são acordados às 6h pelo barulho.
"Parece uma guerra, maluco", desabafa um morador.