quinta-feira, 27 de julho de 2017

Danos cerebrais são achados em 99% dos jogadores de futebol americano falecidos

EUA - Pesquisadores examinaram os cérebros de jogadores de futebol americano falecidos e descobriram que 99% deles apresentavam sinais de doença degenerativa, que se acredita ser causada pelos golpes repetidos na cabeça, segundo um estudo publicado nesta terça-feira. 
Os pesquisadores encontraram evidências impressionantes de encefalopatia traumática crônica (ETC) em 110 dos 111 cérebros doados de jogadores da Liga Nacional de Futebol (NFL) americana, de acordo com o estudo publicado na revista Journal of the American Medical Association. 
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A ETC causa sintomas como perda de memória, vertigem, depressão e demência. Os problemas podem surgir anos após o fim da carreira de um jogador. 

Nos últimos anos, a NFL enfrentou críticas e processos ligados à questão das concussões e traumatismo craniano. Em 2015, a Liga chegou a um acordo de US$ 1 bilhão para resolver milhares de ações judiciais de antigos jogadores que sofriam de problemas neurológicos. 

Além dos jogadores da NFL, os pesquisadores também examinaram os cérebros de pessoas que jogaram no colégio, na faculdade, semi-profissionalmente e na Canadian Football League. 

Os autores do estudo, da Universidade de Boston, descobriram que 87% dos 202 jogadores examinados, cuja média de idade era de 66 anos, apresentavam sinais de ETC. 

"Essas descobertas sugerem que a ETC pode estar relacionada à participação anterior no futebol e que um alto nível de jogo pode estar relacionado a uma carga substancial de doença", escreveram os autores do estudo. 

A evidência mais aguda da condição degenerativa, que atualmente só pode ser diagnosticada post-mortem, foi encontrada entre aqueles que jogaram nos níveis mais altos. 

Embora a pesquisa - o maior estudo sobre ETC publicado até o momento - sugira que a doença pode estar relacionada à participação no futebol, os pesquisadores alertaram contra a extrapolação dos resultados para a população em geral.