quarta-feira, 2 de março de 2016

Empresários cobram posição do Governo do Ceará

Prevenindo-se contra o pior - que está previsto para o segundo semestre deste ano - a Cagece e a Cogerh adotam providências para reduzir em 30% a oferta de água tratada para o consumo da população de Fortaleza e Região Metropolitana. A medida é consequência do agravamento da crise de oferta hídrica e da certeza de que, como previu a Funceme, 2016 será o quinto ano consecutivo de chuvas abaixo da média, incapazes de recarregar os açudes do Estado, principalmente os que abastecem a capital, como o Orós, o Castanhão e o Banabuiú.

O comando dos recursos hídricos do Ceará teme que a pouca água existente hoje no Castanhão (com menos de 9% de seu volume total de 6,5 bi de m³), no Orós (40% dos 2,2 bi de m³ da capacidade) e no Banabuiú (completamente seco) não seja suficiente para garantir - até fim do ano - o abastecimento humano, animal e industrial de Fortaleza e de seu entorno e do Complexo Industrial e Portuário do Pecém (só a usina siderúrgica consumirá 0,4 m³/s).

Uma dessas providências - adotadas agora - está ligada à Estação de Tratamento de Água (ETA) da Cagece, localizada à jusante do Açude Gavião. Essa ETA está tratando só 70% da água que pode tratar. Com isto, a oferta de água tratada à Região Metropolitana de Fortaleza (RMF) será reduzida em 30% - como informou, ao Diário do Nordeste uma fonte diretamente ligada ao encaminhamento das soluções para reduzir o tamanho do problema. Antes disso, a Cogerh já havia reduzido por duas vezes a oferta de água para as atividades econômicas no Baixo Jaguaribe, sempre com o objetivo de garantir a oferta permanente de 9,5 m³/s à (RMF). O resultado dessa redução foi a queda da produção de banana na Chapada do Apodi, com o consequente desemprego de centenas de pessoas.

A mesma fonte revelou que a Cogerh, a Cagece e o Palácio da Abolição ficaram frustrados com o resultado de uma ação mal planejada - a de aplicação de multa aos consumidores domésticos que não cumpriram o compromisso de poupar 10% do consumo de água.
Diário do Nodeste