sábado, 20 de fevereiro de 2016

Leitura possibilita redução da pena no sistema prisional

Após um ano de estudos para a regulamentação da Lei que institui a redução da pena a partir da leitura, o projeto, finalmente, entrará em prática nesta semana. Ao todo, 438 internos de cinco unidades prisionais do Ceará serão beneficiados nesta etapa.

A Lei prevê que, para cada livro lido, o detento tenha uma redução de quatro dias em sua pena. O preso, no entanto, só pode ler uma obra por mês, totalizando 12 livros por ano e 48 dias a menos na pena. Para comprovar a leitura, o interno deverá produzir uma resenha ou um relatório sobre a obra que se dispôs a ler. O texto produzido será corrigido pelos professores da Escola EEFM Aloisio Leo Lorscheider, que ministra aulas dentro das unidades prisionais. Para contar na remissão o detento deve obter nota maior que seis.

Acervo

As cinco unidades prisionais que atualmente participam do projeto contam com mais de 6.400 livros. Entre as obras estão clássicos da literatura brasileira, como Iracema, Lucíola e O Guarani, títulos consagrados do escritor cearense José de Alencar.

Os livros já foram distribuídos e, nas próximas segunda-feira (22) e terça-feira (23), ao longo de todo o dia, os leitores participam de oficinas que vão ensiná-los a escrever a resenha ou relatório de leitura que precisar ser entregues para receber o desconto. Cinco professores auxiliarão nos trabalhos educacionais.

Para a coordenadora de inclusão social do preso e do egresso, Cristiane Gadelha, o projeto representa uma importante ferramenta de ressocialização dos apenados. "A leitura possibilita modificar o caráter dos internos. Com a leitura, os detentos terão seu caráter modificado e sairão da prisão de alguma forma como seres humanos melhores", disse.

Fonte: Diário do Nordeste