Jogadores do São Paulo no CT da Barra Funda
Atraso no pagamento de salários, direitos de imagem e premiação fez os
jogadores do São Paulo decretarem "greve de silêncio" que acabou
dividindo o vestiário da equipe depois da derrota para o The Strongest, pela Libertadores, na última quarta-feira.
Antes de enfrentar o time boliviano, os jogadores combinaram
de não falar com a imprensa, independentemente do resultado, em forma de
protesto pelos atrasos, de até três meses no caso nos direitos de
imagem e de poucos dias nos salários registrados na carteira de trabalho
- além dos prêmios pela classificação à Libertadores.
O presidente do São Paulo, Leco, no CT tricolor
Pelo
plano inicial do elenco são-paulino, a ideia era aliar o silêncio com
uma vitória categórica sobre o The Strongest para dar um recado aos
torcedores que o time, mesmo com dinheiro a receber da diretoria,
continuava a se dedicar em campo.
Mas a vitória do rival,
apenas a segunda na história de um time boliviano pela Libertadores no
Brasil, complicou a estratégia e deixou sequelas no vestiário.
Na
saída do gramado, no Pacaembu, nenhum jogador atendeu os jornalistas:
alguns foram até levados com puxões para o vestiário por companheiros.
Mas, no vestiário, o pacto de silêncio foi quebrado por alguns poucos jogadores, com destaque para dois estrangeiros: o uruguaio Lugano
(que incentivou os companheiros a falarem) e o argentino Calleri, um
dos poucos poupados pelas críticas dos torcedores na arquibancada. Denis e Kardec também decidiram falar, após a intervenção de Lugano.
Isso causou mal estar dos líderes do movimento pelo silêncio.
Os
mais indignados com a quebra no pacto eram Paulo Henrique Ganso e
Michel Bastos, que hoje veste a tarja de capitão e que pode perder o
posto quando Lugano estrear. Isso deve acontecer no próximo domingo,
contra o Rio Claro, no Pacaembu. O São Paulo estará formalmente sob nova
liderança, que está sendo testada antes mesmo de ser efetivada.