quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Agentes perfuram poço profundo

Milhã. Uma iniciativa dos agentes penitenciários da Cadeia Pública de Milhã, no Sertão Central, está chamando a atenção nas redes sociais e recebendo elogios. Para saciar a sede de 55 detentos da unidade penitenciária do Estado, a equipe responsável pela custódia dos presos resolveu se mobilizar pela perfuração de um poço para atender a população carcerária. O presídio público, inaugurado em março do ano passado, estava sendo abastecido por carros-pipa.

Segundo o diretor da cadeia de Milhã, agente penitenciário Gérson Alves da Costa, apesar do esforço das prefeituras de Milhã, Solonópole e Deputado Irapuan Pinheiro, se revezando no abastecimento da cisterna e da caixa d'água do complexo penitenciário, faltava água com frequência e, para agravar ainda mais o problema, os presos estavam muito inquietos. Eram raros os momentos de banho e o calor dentro das celas estava causando desconforto.

Atualmente, além dos 55 internos, sendo apenas sete deles já condenados pela Justiça, outros dez estão no regime semiaberto e dois no aberto. Eles também auxiliaram nos trabalhos de perfuração do poço profundo. Na semana passada, a vazão de mil litros por hora passou a abastecer o prédio público penitenciário. Para bombear a água eles até improvisaram um motor, com um compressor de refrigerador. A ideia foi de um dos detentos, acrescentou o diretor.

"Na realidade foi um trabalho de muitas mãos. Os prefeitos prestaram o auxílio financeiro para pagar o serviço da máquina. Otacílio Macedo, de Milhã, foi um deles. Ele também cedeu o terreno nos fundos da cadeia para perfuração do poço. A área pertence à família dele. Em contrapartida, a água excedente será fornecida para o vilarejo situado ali próximo, abastecido por carros-pipa. Como o presídio precisa de 13 a 14 mil litros, o restante pode ser fornecido para os vizinhos", ressaltou.

Gérson Costa ainda destacou um detalhe. "Um radiestesista, de Quixadá, Rivaldo Leite, localizado na internet, localizou o ponto certo, num lugar onde a água é tão escassa", completou.

Atualmente, a população urbana de Milhã recebe água por meio de uma adutora interligada ao Açude Patu, no município vizinho, Senador Pompeu. O reservatório da cidade, o Jatobá, está no seu volume morto. Conforme dados da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), está com 6,54% da sua capacidade.