O governo federal estima que irá economizar cerca de R$ 7 bilhões com a adoção do horário de verão. O valor diz respeito aos investimentos que precisariam ser feitos no sistema elétrico caso a mudança de horário não fosse adotada. Neste caso, seria necessário atender a uma demanda adicional de 2,6 mil megawatts (MW) no período, segundo o Ministério de Minas e Energia.
Entre os objetivos está a redução da demanda durante o horário de pico, que vai normalmente das 18h às 21h. Com o horário de verão, a iluminação pública, por exemplo, é acionada mais tarde, deixando de coincidir com o horário de consumo da indústria e do comércio.
O governo explica que o horário de verão possibilita a ampliação do período de maior consumo, reduzindo o volume de carga de energia nas linhas de transmissão, nas subestações e nos sistemas de distribuição num mesmo momento, o que reduz os riscos de apagões.
Expectativa de redução do consumo
A expectativa é chegar a uma redução média de 4,5% na demanda de energia no país no horário de maior consumo, com economia de 0,5% durante todo o período do horário de verão. Os patamares são os mesmos do que os registrados em anos anteriores.
Conforme o Ministério de Minas e Energia, a economia equivale, aproximadamente, ao consumo mensal de energia de Brasília (DF), que tem 2,8 milhões de habitantes, ou à metade do consumo mensal de uma cidade como Curitiba (PR), cuja população é de 1,7 milhão de pessoas.
Esta será a 40ª edição do horário de verão no país. A primeira vez ocorreu no verão de 1931/1932.
Consumo de energia
O ano de 2015 tem sido marcado pela queda do consumo de energia no país, em meio a uma atividade econômica em recessão e também à forte alta das tarifas de energia. Conforme o secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Luiz Eduardo Barata, as projeções do governo já levam em conta este cenário.
Por conta da escassez de chuvas, que prejudicou o armazenamento nas
represas das principais hidrelétricas do país, o governo vinha mantendo
ligadas, até agosto, todas as térmicas disponíveis desde o final de
2012. Como essa energia é mais cara, a medida contribuiu para a elevação
do valor das contas de luz.
Também ajudou a aumentar os custos no setor elétrico o plano anunciado
pelo governo no final de 2012 e que levou à redução das contas de luz em
20%. É que, para chegar a esse resultado, o governo antecipou a
renovação das concessões de geradoras (usinas hidrelétricas) e
transmissoras de energia que, por conta disso, precisaram receber
indenização por investimentos feitos e que não haviam sido totalmente
pagos. Essas indenizações ainda estão sendo pagas, e o custo tem sido
repassado ao consumidor final por meio da elevação das tarifas.