sábado, 20 de setembro de 2014

Eymael disputa sua última eleição

O presidenciável José Maria Eymael (PSDC), conhecido como defensor da "democracia cristã", esteve pela primeira vez nestas eleições visitando o Ceará, onde participou, ontem, de caminhada pelo Centro de Fortaleza. Ele, que está disputando a vaga de presidente da República pela quarta vez, afirmou que, passado o pleito de 2014, terá cumprido sua missão e passará a se dedicar mais às atividades partidárias de sua legenda.

Segundo disse, a sua participação na disputa completa um ciclo agora em 2014, e vai passar a trabalhar, a partir do próximo ano, visando o desenvolvimento partidário do PSDC. "Terminada a campanha, continuo a tarefa da democracia cristã. Nós temos líderes com trabalho útil  pela frente, como são nossos presidentes de estados que tem perfil de vida útil pela frente. Agora, minha tarefa é empurrar essas pessoas para a frente", disse.

O candidato também descartou a possibilidade de tentar retornar para o Congresso Nacional. Ele informou ainda que o Nordeste é "vítima de um Brasil parado", que não gera riqueza e nem desenvolvimento, e com isso paralisa todas as áreas essenciais para a população.

Conforme destacou, ele foi um dos defensores do turismo, quando da elaboração da Constituição brasileira, e ressaltou que, como muitos outros pontos da Carta Magna, a utilização do turismo como vetor do desenvolvimento "é letra morta".

"A União deveria promover o turismo. Esse é um dos meus compromissos, porque tenho obsessão pelo crescimento. Um 'continente' como o nosso parado, com a política externa sendo a única ideologia? Chega de Brasil parado".

Integrar

Para o candidato, o País vive uma "insegurança pública absurda", porque falta política nacional de Segurança que integre todos os segmentos que trabalham na área. A ideia dele é criar uma política nacional que faça integrar todo o setor da Segurança Pública, uma vez que, atualmente, a inteligência, segundo disse, não dialoga entre si. Ele se comprometeu em criar o Ministério de Segurança Pública, apesar de dizer ser contra a quantidade de ministérios da gestão da presidente Dilma Rousseff.

"Os ministros são o time do presidente, com quem ele joga. Não que sejam onze, mas não pode ser mais que isso. Hoje temos 39 ministros, e ninguém consegue administrar assim. Para nós, no máximo 15 ou 20. Dentre os ministérios criarei o da Segurança e o da Família, como já existe em outros países".

O sofrimento do homem do campo com a estiagem no Ceará também foi outro tema abordado por Eymael como prioritário. No entanto, o postulante não soube explicar como atuaria nessa área, afirmando apenas que deve contratar especialistas no assunto que o ajudariam a fazer os investimentos necessários no que diz respeito a convivência com a seca.

Reforma

"O importante é ter conceito. Vou pegar os melhores nessa área para me dizerem. O importante é o que eu penso e não aceito o Nordeste humilhado. Precisamos fazer a libertação do povo. O importante é o conceito, o detalhamento levaremos aos especialistas", destacou.

Como advogado tributarista, uma das principais propostas do candidato é justamente no que diz respeito à Reforma Tributária brasileira. Segundo informou, as empresas gastam horas para fazer uma escrita fiscal, onde as grandes podem gastar milhões, mas o mesmo não ocorre para as pequenas e médias. Conforme informou é preciso simplificar e reduzir a carga tributária no Brasil.

"A carga tributária no Brasil é confiscatória e brutal. Tem que ter redução. Quando o governante diz que não pode reduzir a carga, que visa perder a arrecadação, isso é falácia, mentira. A lição internacional diz que quanto menor a carga tributária melhor é a arrecadação. O setor de serviços tem mostrado assim, com a figura do lucro presumido. Lá houve explosão de arrecadação", exemplificou.

Eymael não pontuou na última pesquisa Ibope, divulgada há três dias. No entanto, ele garante que no chamado "voto independente" teria ficado em quarto lugar entre os entrevistados. O candidato diz que fundou a "democracia cristão" no Brasil, em 1995, e destacou que nos últimos anos, esse conceito permitiu que a sua campanha em 2014 tomasse uma proporção "mais forte" e representativa.

Em determinado momento da entrevista, o candidato foi interrompido por uma senhora, que elogiou a postura do presidenciável durante o debate promovido pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). "O senhor foi o melhor no debate, eu assisti. Que Deus te 'bote' lá. Eu quero você lá. A Dilma, Deus defenda", disse a eleitora, que logo saiu entre os correligionários de Eymael. Depois do abraço dado na admiradora, o postulante percorreu as principais ruas do Centro.