Durante a reunião com o governo federal para tratar da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, o presidente do Botafogo, Maurício Assumpção, fez um relato grave em relação às finanças do clube. Segundo interlocutores da reunião, Assumpção disse à presidente Dilma Rousseff que o clube pensou em pedir licença do Campeonato Brasileiro.
Abordado após a reunião, Assumpção confirmou as declarações e disse que “é possível” que o Botafogo leve a cabo o pedido de licença. “É possível, depende da morosidade da solução”, disse. “Existem bloqueios de receita que impedem inclusive o pagamento de dívidas trabalhistas e fiscais”, acrescentou. Segundo interlocutores, Assumpção foi indagado por Dilma sobre o percentual das receitas bloqueadas do clube. Ao ouvir que é a totalidade, a presidente se mostrou surpresa.
Mais tarde, em entrevista coletiva, o secretário nacional de futebol do Ministério do Esporte, Toninho Nascimento, fez uma menção discreta ao episódio no sentido de pedir rapidez na aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, que, dentre outras coisas, trata do refinanciamento das dívidas.
“Temos de correr. Tem clube que não chega ao final do ano se esse projeto não for aprovado. Temos poucas datas de votação”, afirmou.
Apesar da declaração do presidente do Botafogo soar extrema, seria improvável que o clube tomasse essa decisão, uma vez que isso implicaria numa desfiliação do time da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Porém, os problemas financeiros vividos pelo clube são realmente graves. Prova disto é que o meia uruguaio Lodeiro, negociado com o Corinthians, ainda não pode entrar em campo. O Botafogo está com as contas bloqueadas por causa de dívidas (estimadas em cerca de R$ 700 milhões), e um dos credores do clube carioca reivindica os pagamentos referentes à transferência.
Fonte: Terra