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O
governador do Ceará, Elmano de Freitas, afirmou que as polícias
estaduais têm intensificado a prisão de integrantes de facções
criminosas, mas criticou a legislação penal brasileira, que, em sua
avaliação, permite que detidos sejam liberados posteriormente.
Elmano
destacou o trabalho de combate ao crime organizado realizado pelo Raio
em todo o estado, mas apontou que eles não permanecem presos. “Nós
estamos prendendo 90% a mais o número de pessoas de facções e estamos
assistindo ainda à situação de alguns deles serem soltos”, afirmou.
O
governador defendeu uma alteração na lei penal por parte do Congresso
Nacional. “Esperar que o Congresso Brasileiro possa alterar a Lei Penal
Brasileira para que a gente não continue a ter uma situação de estar
prendendo mais faccionados, mais gente do crime organizado e, às vezes,
eles sendo soltos”, disse.
O
ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, vai
enviar nesta quarta-feira (22) ao governo, por meio da Casa Civil, um
projeto de lei que endurece as penas para organizações criminosas.
Aumento da violência no Ceará
Segundo
Elmano de Freitas, sete facções disputam o domínio por territórios onde
eles podem monopolizar o tráfico de drogas e serviços como acesso à
internet. Os sete grupos criminosos são responsáveis por 90% dos
assassinatos no estado, ainda de acordo com Elmano.
A
guerra entre os bandos tornou o Ceará o estado com a maior taxa de
homicídios dolosos por 100 mil habitantes em 2024, conforme Mapa da
Segurança Pública, elaborado pelo Ministério da Justiça e Segurança
Pública. O número absoluto de homicídios dolosos teve um aumento de
9,85% no Ceará: era 2.893 em 2023 e subiu para 3.178 em 2024.
Além
dos assassinatos, os criminosos tentam monopolizar serviços ofertados à
população. Em uma onda de ataques coordenados, ocorridos entre
fevereiro e março deste ano, criminosos depredaram e incendiaram
provedores de internet e deixaram cidades sem acesso. O Comando Vermelho
foi a facção responsável. Ela fez pelo menos 19 ataques, como corte de
cabos de internet, incêndio de veículos e tiros contra as sedes das
empresas, nas cidades Fortaleza, Caucaia, Caridade e São Gonçalo do
Amarante.
Com informações do G1.