O deputado federal Júnior Mano (PSB) não escondeu o incômodo com o movimento articulado por lideranças do Governo do Estado para projetar o nome do deputado Moses Rodrigues (União Brasil) como candidato ao Senado em 2026.
Nos bastidores, Júnior Mano demonstrou descontentamento ao ver seu espaço reduzido diante da articulação liderada pelo secretário da Casa Civil, Chagas Vieira. Os sinais de insatisfação se convertem, porém, em uma crise de ciúmes.
COSTURA EM ANDAMENTO
No último sábado, em Fortaleza, Chagas recebeu o presidente nacional do União Brasil, Antônio Rueda, e o próprio Moses Rodrigues para discutir uma possível aliança entre o União e o PT, com vistas à sucessão estadual.
O desenho dessa costura política inclui a pré-candidatura do governador Elmano de Freitas (PT) à reeleição, com Moses ocupando uma das vagas ao Senado.
Pelo acerto preliminar, a segunda vaga seria entregue ao MDB, tendo como beneficiado o deputado Eunício Oliveira. Para aliados de Júnior Mano, a sinalização foi clara: ele recebeu um primeiro recado de que a cúpula estadual prefere outros nomes na disputa.
Apesar disso, há quem considere que o cenário ainda pode mudar. Alguns interlocutores alertam Júnior Mano para aguardar os desdobramentos das investigações da Polícia Federal que envolvem supostos desvios de recursos de emendas parlamentares.
A pré-candidatura de Júnior Mano é estimulada e respaldada pelo senador Cid Gomes, que mantém acirrada rivalidade política com Moses Rodrigues na Região Norte.
A disputa local tem raízes familiares: em 2024, Oscar Rodrigues, pai de Moses, derrotou a oligarquia Ferreira Gomes na Prefeitura de Sobral, impondo uma dura derrota ao grupo de Cid.
A leitura é que o embate entre Júnior Mano e Moses Rodrigues pode se tornar um dos capítulos mais tensos da formação das chapas para 2026, com reflexos diretos na correlação de forças entre PSB, União Brasil e PT.
FONTE CEARA AGORA