segunda-feira, 22 de setembro de 2025

Acidentes de moto no Brasil deixam um terço das vítimas com sequelas permanentes

Foto Adobe Stock
A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), afima que um terço das vítimas de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas passam a conviver com sequelas permanentes. 

A pesquisa ouviu 95 chefes e preceptores de serviços de residência em ortopedia credenciados à entidade.

De acordo com os dados, os serviços receberam, em média, 360 vítimas do trânsito por mês nos últimos seis meses, o que equivale a mais de dez hospitalizações por dia.

Destes, dois terços eram motociclistas. Entre os que receberam alta, 56,7% apresentaram sequelas leves, enquanto 33,9% sofreram sequelas permanentes.

As consequências desses sinistros incluem dor crônica em 82% dos casos, deformidades em 69,5%, déficit motor em 67,4% e amputações em 35,8%.

O estudo foi apresentado na quinta-feira (17), em um fórum na Câmara dos Deputados, como parte da campanha “Na moto, na moral”, voltada à redução da mortalidade de motociclistas.

Para o presidente da SBOT, Paulo Lobo, a motocicleta é um meio de transporte e renda, mas os números mostram que o país enfrenta uma verdadeira epidemia de sinistros com motos.

O levantamento traça o perfil das vítimas: 72,8% eram homens, 40,7% tinham entre 20 e 29 anos, 64% eram motociclistas, 23,2% estavam na garupa, e 10,9% eram pedestres.

Além disso, 29,2% haviam ingerido álcool, e 16% usaram outras drogas. Quanto ao tipo de acidente, 47,1% foram colisões com automóveis e 44,5% quedas.

A pesquisa também revelou o impacto sobre os serviços de saúde: uma média de 45 cirurgias de baixa complexidade, 58 de média complexidade e 43 de alta complexidade são realizadas mensalmente em vítimas de acidentes de moto.

Essa demanda faz com que os hospitais adiem em média 18 cirurgias eletivas por mês e cancelam oito cirurgias de emergência.

Em termos de lesões, a maioria dos pacientes precisa de cuidados de média (43,2%) ou alta complexidade (32,6%).

Mais da metade das lesões (51,4%) acomete os membros inferiores, enquanto 22,8% afetam membros superiores e 22,8% a coluna vertebral. Infecções pós-operatórias ocorrem em 6,5% dos casos, e 12,9% necessitam de reinternação.

Diante desse cenário, autoridades discutem medidas preventivas. O coordenador da Senatran, Marco Antônio Motta, anunciou o programa nacional de segurança de motociclistas, com sugestões abertas até 29 de setembro, e testes de faixas exclusivas para motos em 50 trechos de cinco cidades até março do próximo ano.

O estudo evidencia a gravidade dos acidentes com motocicletas no Brasil, com impacto direto na saúde, na economia e na segurança viária, reforçando a urgência de políticas públicas e ações educativas para reduzir acidentes e sequelas permanentes

Com informações do Site Opinião CE.