![]() |
Foto Adobe Stock |
A
Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (SBOT), afima que um
terço das vítimas de acidentes de trânsito envolvendo motocicletas
passam a conviver com sequelas permanentes.
A pesquisa ouviu 95 chefes e preceptores de serviços de residência em ortopedia credenciados à entidade.
De
acordo com os dados, os serviços receberam, em média, 360 vítimas do
trânsito por mês nos últimos seis meses, o que equivale a mais de dez
hospitalizações por dia.
Destes,
dois terços eram motociclistas. Entre os que receberam alta, 56,7%
apresentaram sequelas leves, enquanto 33,9% sofreram sequelas
permanentes.
As
consequências desses sinistros incluem dor crônica em 82% dos casos,
deformidades em 69,5%, déficit motor em 67,4% e amputações em 35,8%.
O
estudo foi apresentado na quinta-feira (17), em um fórum na Câmara dos
Deputados, como parte da campanha “Na moto, na moral”, voltada à redução
da mortalidade de motociclistas.
Para
o presidente da SBOT, Paulo Lobo, a motocicleta é um meio de transporte
e renda, mas os números mostram que o país enfrenta uma verdadeira
epidemia de sinistros com motos.
O
levantamento traça o perfil das vítimas: 72,8% eram homens, 40,7%
tinham entre 20 e 29 anos, 64% eram motociclistas, 23,2% estavam na
garupa, e 10,9% eram pedestres.
Além
disso, 29,2% haviam ingerido álcool, e 16% usaram outras drogas. Quanto
ao tipo de acidente, 47,1% foram colisões com automóveis e 44,5%
quedas.
A
pesquisa também revelou o impacto sobre os serviços de saúde: uma média
de 45 cirurgias de baixa complexidade, 58 de média complexidade e 43 de
alta complexidade são realizadas mensalmente em vítimas de acidentes de
moto.
Essa demanda faz com que os hospitais adiem em média 18 cirurgias eletivas por mês e cancelam oito cirurgias de emergência.
Em termos de lesões, a maioria dos pacientes precisa de cuidados de média (43,2%) ou alta complexidade (32,6%).
Mais
da metade das lesões (51,4%) acomete os membros inferiores, enquanto
22,8% afetam membros superiores e 22,8% a coluna vertebral. Infecções
pós-operatórias ocorrem em 6,5% dos casos, e 12,9% necessitam de
reinternação.
Diante
desse cenário, autoridades discutem medidas preventivas. O coordenador
da Senatran, Marco Antônio Motta, anunciou o programa nacional de
segurança de motociclistas, com sugestões abertas até 29 de setembro, e
testes de faixas exclusivas para motos em 50 trechos de cinco cidades
até março do próximo ano.
O
estudo evidencia a gravidade dos acidentes com motocicletas no Brasil,
com impacto direto na saúde, na economia e na segurança viária,
reforçando a urgência de políticas públicas e ações educativas para
reduzir acidentes e sequelas permanentes