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Foto Barbara Moira |
Ruas esvaziadas, higienização de alimentos, estilização de máscaras faciais e até estocagem de papel higiênico.
Essas
foram algumas das medidas adotadas pelos cearenses após o primeiro
período de lockdown no Estado, anunciado no dia 18 de março de 2020,
pelo então governador do Ceará, Camilo Santana (PT), por meio das redes
sociais, há cinco anos.
O
Decreto nº33.519, publicado no dia 19, determinava restrição de
atividades para promover o isolamento social por dez dias e entrou em
vigor no dia posterior. Alguns dias antes, em 16 de março, o Decreto nº
33.510 já havia determinado a situação de emergência em saúde no Estado.
Fechamento de estabelecimentos e suspensão de transporte: o que previa o lockdown
Entre
as ações anunciadas estavam a instalação de barreiras nas divisas
cearenses e suspensão da circulação dos transportes intermunicipais.
O
funcionamento de bares, restaurantes, lanchonetes e congêneres foi
suspenso, assim como templos religiosos, museus, cinemas e equipamentos
culturais públicos e privados. Serviços de alimentação como restaurantes
e lanchonetes poderiam funcionar apenas por delivery.
Farmácias,
supermercados e estabelecimentos que prestem serviço de saúde tiveram
permissão de funcionamento, assim como serviços considerados essenciais,
como padarias, clínicas veterinárias, bancos e funerárias.
“Essas
são medidas duras, mas necessárias porque o que está em jogo é a vida
das pessoas, é o cuidado que a gente tem que ter com nossos irmãos e
irmãs cearenses neste momento difícil que o mundo vive”, afirmou o
governador à época, por meio de transmissão nas redes sociais.
Isolamento social: como a população recebeu o anúncio
Antônio
Eudes, que atua como segurança privado, relembra vividamente o dia do
anúncio do lockdown no Ceará. Ele menciona a preocupação imediata em
trazer o filho que fazia faculdade em Natal para casa.
“Quando
a gente chegava em casa, tinha todo um ritual, né? Os meus filhos, a
minha esposa já deixavam um balde lá com água“, lembra, sobre tomar
banho no quintal ao chegar em casa após o trabalho, no qual tinha
contato com muitas pessoas.
Ele
lembra a redução do convívio social e o uso constante de máscara para
evitar infecção. Embora atento ao riscos ele também buscou manter a
esperança: “A gente procurava mais aqueles programas que falavam das
pessoas que estavam se recuperando para dar esperança, né?“.
Mônica
Maria trabalhava como atendente em um supermercado no início da
pandemia no Ceará. “Agente trabalha atendendo o público, né? A gente
teve que começar a se prevenir, usar muito álcool. Foi um baque para
todo mundo da loja, as pessoas que estavam convivendo com a gente“,
compartilha.