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Foto Fernanda Barros |
Novo
estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mediu
os impactos dos genéricos no preço dos medicamentos. Os resultados
mostram que, quanto mais opções de um determinado medicamento são
colocadas no mercado, mais barato fica o produto. A queda pode chegar a
mais de 50%.
Os
genéricos podem ser produzidos a partir do momento em que o chamado
"medicamento de referência" tem a patente quebrada, o que geralmente
ocorre 20 anos após o lançamento, ou antes, em alguns casos específicos.
Os produtos têm a mesma substância ativa, forma farmacêutica, dosagem e
indicação farmacológica que o chamado medicamento de referência.
Detalhes
do estudo foram destacados no site do Ipea nesta segunda-feira, 10,
quando se completam 26 anos da Lei Federal 9.787/1999, que estabeleceu
os medicamentos genéricos no Brasil.
De
acordo com os resultados, com a entrada do primeiro produto genérico no
mercado, houve redução média de 20,8% nos preços mínimos. A partir do
terceiro, a economia é de cerca de 55,2%.
O
estudo também resultou em um artigo do livro Tecnologias e Preços no
Mercado de Medicamentos, lançado pelo Ipea em novembro do ano passado. A
publicação digital está disponível gratuitamente aos interessados.
O
artigo, intitulado Efeitos da entrada de genéricos no mercado sobre o
preço dos medicamentos, incluído como Capítulo 8, foi escrito pelo
pesquisador Romero Cavalcanti Barreto da Rocha.
Os
resultados do estudo indicam que mercados altamente concentrados sofrem
maior impacto. Nesses casos, quando o medicamento de referência
enfrenta menos concorrência, a entrada dos genéricos reduz em cerca de
34% os preços médios.
O
momento em que os novos produtos são colocados no mercado também
influencia nos efeitos. Quando o genérico entra logo após a perda da
patente do medicamento de referência, a redução nos preços é maior.
Eventuais atrasos podem gerar efeito negativo na queda.
O
estudo indica ainda que a compra de genéricos já se tornou um hábito
para os brasileiros. Esses produtos representam atualmente 34% dos
valores das vendas de medicamentos.
Entre
2003 e 2019, o aumento anual na comercialização dos genéricos foi de
18,3%. O percentual é três vezes maior do que o observado em relação aos
demais tipos de medicamentos.