Foto Hororio Barbosa |
A
eleição em Iguatu, a 388 quilômetros de Fortaleza, na região Centro-Sul
cearense, é uma das mais disputadas do Ceará. A campanha assumiu
característica de polarização entre duas candidaturas: Ilo Neto (PT) e
Roberto Filho (PSDB), com outras três candidaturas tentando se interpor
entre elas. O candidato do prefeito Ednaldo Lavor (PSD) desistiu da
disputa.
As
ações de campanha foram intensificadas nas últimas duas semanas e
envolvem caminhadas, porta-a-porta, comício, carreatas e contratação de
centenas de jovens para distribuição de panfletos. A campanha do PT tem
uma estrutura mais robusta: maior número de cabos eleitorais,
divulgadores de panfletos e condutores de bandeira e mobilização de
eleitores oriundos de bairros e da zona rural para os eventos de
conquista de eleitores.
Na
quarta-feira, 24, o ex-governador do Ceará e atual ministro da
Educação, Camilo Santana (PT), participou de comício ao lado do deputado
federal, José Guimarães. "Com Ilo Neto na Prefeitura vamos realizar
muito por Iguatu”, pontuou Camilo. "Queria ter feito o Hospital Estadual
do Centro-Sul aqui em Iguatu e realizado outras obras, mas não tinha um
presidente ao meu favor e houve também a pandemia da Covid-19".
Emocionado,
o candidato petista foi breve na avaliação sobre a campanha: "Estamos
vivendo um momento fantástico de adesão dos eleitores, de parceria e
união para reconstrução do nosso Iguatu. Vamos pra cima, mudar de
verdade porque a realidade do povo de Iguatu está dura e para isso
precisamos ter coragem e compromisso".
Nas
duas últimas semanas, a campanha do candidato Roberto Filho recebeu o
apoio de um bloco de 50 candidatos a vereador que integravam a coligação
PSD, Agir e Avante. A adesão ocorreu após a desistência da chapa da
situação, encabeçada pelo vereador Rafael Gadelha (PSD), no último dia
16.
A
motivação para a desistência da chapa lançada e apoiada pelo prefeito
Ednaldo Lavor foi apresentada por Rafael Gadelha. “Trabalhamos firmes
para conquistar os eleitores da nossa base eleitoral dos últimos oito
anos, mas que vinham demonstrando a preferência por Roberto Filho”,
reconheceu Gadelha. “Então, tivemos que desistir da campanha”.
Outro
fato que alterou o quadro atual foi o desembarque do grupo político do
deputado estadual Marcos Sobreira (PDT) da campanha do empresário Sá
Vilarouca (PSB) há 15 dias. “Fizemos um esforço, mobilizamos nosso
grupo, mas vimos que a cada semana a candidatura do Sá não decolava e
sentimos que os nossos seguidores estavam querendo votar em Roberto
Filho”.
Apesar
não ter feito um comunicado oficial, Marcos Sobreira e seguidores estão
abertamente trabalhando a favor da candidatura do PSDB. Indagado sobre o
apoio, o parlamentar preferiu deixar sinais claros: “Veja a cor da
minha camisa”, referindo-se à cor azul característica da campanha do
pessedebista.
O
então candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Sá Vilarouca
(PSB), Mário Rodrigues, tio do deputado estadual Marcos Sobreira, também
desistiu de concorrer ao pleito. Apesar desses revés, Vilarouca disse
que permanece na disputa.