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Nos
últimos seis anos, de janeiro de 2018 a dezembro de 2023, o Ceará
registrou 449 casos confirmados de leptospirose. De acordo com a
Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), o número representa uma média de
75 casos por ano. No mesmo período, houve um total de 56 óbitos por
leptospirose. Geralmente transmitida por água contaminada pela urina do
rato, o período chuvoso e a ocorrência de enchentes podem aumentar os
riscos para a doença infecciosa.
No
Ceará, conforme dados do e-SUS, do Ministério da Saúde, 11 casos e um
óbito foram confirmados até abril deste ano. O índice torna o Estado o
terceiro maior do Nordeste em incidência da leptospirose, ficando atrás
de Pernambuco (35 casos e 7 óbitos) e Bahia (25 casos e 1 óbito).
Somados
aos 449 registros de 2018 a 2023, são 460 casos em 52 meses
(janeiro/2018 a abril/2024). De acordo com o médico infectologista do
Hospital São José de Doenças Infecciosas (HSJ), Francisco José Cândido, a
leptospirose é transmitida principalmente pelo contato com água ou
alimentos contaminados.
“A
doença é causada por uma bactéria do gênero Leptospira. Geralmente,
essa bactéria está presente nos excrementos de roedores, como os ratos.
Quando os ratos urinam em locais, como o solo e telhados, e esses locais
são atingidos pela água da chuva, a urina contaminada se espalha",
pontua.
"Por
conseguinte, infectam pessoas que entram em contato com essa água
contaminada. Isso é muito comum, principalmente no período chuvoso,
quando ocorrem inundações”, explica o especialista.
A
penetração da bactéria no ser humano ocorre através da pele lesada, por
meio das mucosas, região dos olhos, boca e nariz ou ferimentos
expostos. “A leptospirose também pode ser transmitida através de
alimentos contaminados por excrementos de roedores. Isso ocorre quando
os alimentos não são devidamente higienizados antes do consumo”, pontua
Francisco José Cândido.