quinta-feira, 2 de maio de 2024

A ironia ‘ideológica’ na escolha do ator que faz Nelson Piquet em ‘Senna’

A minissérie da Netflix vai contar a história de Ayrton Senna e retratará sua genialidade nas pistas e a disputa com o principal rival, Alain Prost

A nova minissérie da Netflix, Senna, que contará a história de Ayrton Senna, o maior piloto de Fórmula 1 do Brasil, e um dos maiores do mundo, ganhou nesta semana seu primeiro teaser e revelou mais do elenco que participará da produção. A escolha do ator Hugo Bonemer, de 36 anos, primo de William Bonner, para interpretar Nelson Piquet, no entanto, chegou recheada de ironia nas redes sociais.

O ator, que é gay assumido e muito bem resolvido com sua sexualidade, ganhou os holofotes por dar vida nas telas a Piquet — que, na época em que corria na Fórmula 1, chegou a insinuar que Ayrton Senna era gay. Em 1987, após Piquet ganhar o tricampeonato de Formula 1, ele se irritou com uma pergunta sobre Ayrton Senna receber mais cobertura da imprensa que ele. “Ah, vai perguntar para ele por que ele não gosta de mulher”, ele teria respondido.

Alguns anos atrás, Piquet, que apoiou Jair Bolsonaro e chegou a dirigir o Roll-Royce presidencial na posse do ex-presidente, fez outros comentários homofóbicos e racistas, desta vez direcionados a Lewis Hamilton. Na ocasião, o piloto inglês, sete vezes campeão mundial, havia usado um capacete com as cores da bandeira LGBTQIAP+ no grande prêmio de Silverstone, já que era época também de Parada Gay em Londres.

Hugo estreou recentemente como debatedor do programa Sem Censura, da TV Brasil, apresentado por Cissa Guimarães. Ele é filho da bailarina e coreografa Marcia Angeli, e do empresário Christian Bonemer, morto em 2021, aos 58, vítima de Covid-19. Em 2017, Hugo interpretou Ayrton Senna em um musical em homenagem ao piloto.

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