Foto Arquivo Pessoal/Jamille Ferreira |
Em
abril de 2022, Bernardo anunciou que viria. Era véspera de uma consulta
que a prepararia para uma fertilização in vitro quando a bancária
Jamille Ferreira, 34, descobriu que o primogênito já habitava o ventre.
Mas
o “êxtase” pela surpresa, ela lembra, dividiu espaço no peito com um
sentimento oposto: o de preocupação. Pelo fato de o bebê ser fruto da
relação poliamorosa de Jamille com Ruan Vieira, 28, e Natália Nogueira,
27, seria preciso recorrer à Justiça para registrá-lo com os nomes dos
três.
Neste
mês, após 1 ano e meio de processo, a Justiça do Ceará concedeu ao
trisal o direito de registrar Bernardo com as duas mães e o pai firmados
no documento.
Com
a decisão, a certidão de nascimento do pequeno – que precisou ser feita
apenas com a filiação biológica – será retificada para conter,
finalmente, os nomes de Jamille, mãe biológica; Natália, mãe
socioafetiva, e Ruan, pai da criança. Com isso, o menino passa a ter,
ainda, seis avós.
“Era
muito importante pra gente. Não era só um direito da Natália, como mãe,
mas do Bernardo, principalmente. Isso traz muita felicidade”,
compartilha Jamille, em entrevista ao Diário do Nordeste.
Os
três mantêm o relacionamento há 3 anos e meio, desde que Jamille e
Ruan, já casados, se apaixonaram por Natália e a jovem passou a integrar
a família e compartilhar o sonho de ter um filho.
“A
gente já planejava ter um bebê. A Natália acompanhou tudo, as consultas
de pré-natal, a arrumação do quarto, as compras de roupinhas. Tudo.
Quando descobrimos a gravidez, ela já sabia tudo sobre parto
humanizado”, ri Jamille.
Após
o nascimento de Bernardo, foram requisitadas pela Justiça as visitas de
uma psicóloga e de uma assistente social para que a decisão fosse
tomada, considerando ainda todas as provas de vínculo de Natália,
Jamille e Ruan.