![]() |
Fofo Arquivo Marquise/Divulgação |
Os
11 trechos da ferrovia que passam totalmente pelo Ceará continuam
avançando. O lote 1 (Missão Velha — Lavras da Mangabeira) foi concluído
no primeiro semestre de 2023. No segundo semestre, a TLSA entregou o
trecho 2 (Lavras da Mangabeira — Iguatu).
Atualmente,
está em construção o lote 3 (Iguatu — Acopiara), com 38 dos 50
quilômetros já concluídos. De acordo com Tufi Daher Filho, a conclusão
do trajeto deve acontecer até “meados de fevereiro”.
Na
última terça-feira (16), a empresa Marquise Infraestrutura revelou que
venceu a disputa na TLSA para iniciar a construção nos trechos 4
(Acopiara — Piquet Carneiro) e 5 (Piquet Carneiro — Quixeramobim). A
previsão é de que as obras sejam iniciadas no mês de março, e concluídas
em "menos de dois anos", conforme a construtora.
Durante
as obras, a empresa espera que sejam gerados até 1.300 empregos diretos
ao longo das cidades por onde passará a construção da via-férrea. Não
há informações sobre valores de contratação.
Já
é de responsabilidade da Marquise a construção dos lotes 1, 2 e 3. Além
disso, o diretor-presidente da Transnordestina Logística também
confirma que a licitação do trecho 6 (Quixeramobim — Quixadá) está “em
processo final” junto às empresas interessadas.
As
obras nos três trechos devem ser feitas simultaneamente, em trajeto de
pouco mais de 150 quilômetros entre as três cidades do Sertão Central.
Os lotes restantes (6 a 11) devem ser licitados ainda em 2024,
concluindo toda a parte de contratos referentes a pré-construção da
ferrovia.
"A
expectativa é de, neste ano, a gente contratar tudo. É o nosso
planejamento, é isso que o acionista espera para pormos um fim nessa
construção e passarmos a tratar só de negócios, de trazer indústrias,
empresas, geração de emprego e produção para essa região", diz Tufi
Daher Filho.
Somente
nos trechos que passam 100% pelo território cearense são 527
quilômetros de Ferrovia Transnordestina (não entra no total o trecho
entre Salgueiro, em Pernambuco, e Missão Velha, já no Ceará). Desse
percurso, 138 quilômetros já foram executados, 26,3% da obra.
Os
389 quilômetros restantes, principalmente no trecho entre Acopiara e o
Porto do Pecém, devem custar R$ 6,5 bilhões, como explica Tufi Daher
Filho, além dos investimentos em infraestrutura portuária própria. Devem
ser gerados, quando a construção atingir o seu auge, milhares de
empregos diretos nos canteiros de obras.
Até
meados de 2027 chegamos com a obra pronta até o Porto do Pecém,
inclusive com a nossa estrutura portuária pronta também. Só nesse trecho
do Ceará, nessa parte na qual estamos contratando, é um investimento de
R$ 6,5 bilhões, fora o [investimento no] porto, que serão mais R$ 2
bilhões. São vultosos investimentos com uma geração de empregos. No pico
dessa obra, vai chegar a nove mil empregos diretos e, indiretos, cerca
de 45 mil"
Segundo
o gestor da ferrovia, desse total, somente R$ 811 milhões foram
liberados através do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE),
administrado em conjunto pela Superintendência de Desenvolvimento do
Nordeste (Sudene) e Banco do Nordeste (BNB).
A
liberação de outros R$ 2,5 bilhões em 2024, que devem vir do FDNE e de
empréstimo junto ao BNDES, devem viabilizar a contratação dos cinco
trechos pendentes, acelerando o andamento da infraestrutura nas regiões
do Ceará.
"A
gente tem a expectativa, ainda neste ano, de serem liberados, das
fontes existentes, o empréstimo que estamos trabalhando para ver se
conseguimos, junto ao BNDES, mais R$ 1,5 bilhão. Temos a perspectiva,
ainda neste ano, de colocar pelo menos mais R$ 2,5 bilhões e, com isso, a
gente já contrata infraestrutura de todos os trechos [até o Porto do
Pecém]. Não é suficiente para terminar, mas é suficiente para dar início
a toda a infraestrutura e contratar a obra toda", projeta o
diretor-presidente da TLSA.
Segundo
Daher Filho, a Transnordestina Logística já investiu R$ 4 bilhões nas
obras, além dos empréstimos a serem pagos. "Em 2027, a gente vai estar
pleno no início de cargas abundantes para exportação e, quando se traz
grãos para exportação, em sentido contrário, vem combustível,
fertilizante, tem toda a indústria cimenteira, a parte de contêineres
que pode tanto exportar quanto importar, tem o polo gesseiro lá em
Pernambuco. Se tiver logística adequada e valor competitivo, acaba
colocando isso nos mercados externos de forma super competitiva", disse.
"A
logística hoje fica mais cara do que o próprio produto se for de
caminhão. Quando se tem transporte ferroviário, que transporta grandes
volumes em grandes distâncias e a custos menores, fica competitivo no
mundo inteiro", completa.
A
TLSA administra as obras da Transnordestina entre Eliseu Martins e
Porto do Pecém. O trecho entre São Miguel do Fidalgo e Iguatu, com
aproximadamente 630 quilômetros, já está concluído.
No
Ceará, a construção recebeu da companhia o nome de “fase 1”. Quando for
concluída a ferrovia no Estado, será dado início à “fase 2”, entre São
Miguel do Fidalgo e Eliseu Martins. O trecho tem cerca de 130
quilômetros de extensão.