Lázaro Barbosa de Sousa, 32, morto na manhã desta segunda-feira, 28, durante troca de tiros com forças policiais em área de mata na cidade de Águas Lindas (GO), foi atingido por pelo menos 38 disparos. A informação foi confirmada pelo secretário da Saúde do município, Rui Borges, ao portal Metrópoles. Ao todo, segundo boletim de ocorrências obtido pelo G1, a Polícia afirma ter atirado 125 vezes durante "caçada" para capturar o "Serial Killer de Brasília", como ficou conhecidos nas redes sociais.
O número de perfurações foi contabilizado pela equipe médica que prestou socorro a Lázaro no Hospital Municipal de Águas Lindas, onde ele já teria chegado sem vida, segundo o secretário. “Nós contamos 38 marcas de tiro. É um cálculo aproximado”, revelou Borges, acrescentando ainda que o corpo de Lázaro seria encaminhado ao Instituo Médico Legal (IML) da capital, Goiânia, onde passaria por necrópsia.
Caçada a Lázaro Barbosa
Após 20 dias em fuga, Lázaro Barbosa, 32, suspeito de homicídios, estupros e chacina foi morto nesta segunda-feira, 28. A informação da prisão foi inicialmente divulgada pelo governador Ronaldo Caiado via Twitter. Uma força-tarefa com mais de 200 policiais de Goiás e do Distrito Federal (DF) foi montada para prender o suspeito. Cães farejadores, drones e helicópteros ajudaram na busca do homem conhecido como "serial killer de Brasília".
"Tá aí, minha gente, como eu disse, era questão de tempo até que a nossa Polícia, a mais preparada do País, capturasse o assassino Lázaro Barbosa", informou o governador. "Goiás não é Disneylândia de bandido".
Na madrugada de hoje, 28, a Polícia montou um cerco instalado a cerca de 20km de onde está a base da operação policial. Segundo moradores da região, a ex-companheira de Lázaro chegou a ajudar nas buscas com a equipe.
Caso Lázaro: caseiro e fazendeiro foram presos
Na última quinta-feira, 24, duas pessoas, um fazendeiro e um caseiro, foram presas suspeitas de ajudar Lázaro na fuga e se esconder da ação policial. Habilidoso em matas fechadas e grotas, Lázaro esteve foragido por 20 dias. Nas últimas semanas, o homem deixou um rastro de violência por onde passava, e as equipes policiais chegaram a obter ajuda com equipamentos de outros estados para a busca, como o Rio de Janeiro.
O suspeito chegou a ligar para a mãe e informar que não agiu sozinho em um dos crimes. Em depoimento, o caseiro afirmou que o criminoso vinha dormindo há cinco dias na fazenda onde ele trabalhava, no distrito de Cocalzinho de Goiás. Ele ainda contou que o dono da propriedade ajudava Lázaro, dando alimentos e deixando que ele dormisse na casa.
De acordo com a Polícia Militar, além de matar uma família em Ceilândia (DF) no último dia 9, ele invadiu chácaras, atirou em três pessoas, furtou um carro e o abandonou na BR-070 quando avistou a Polícia.
Caso Lázaro: preso por outros crimes
Preso pela primeira vez em 2007 acusado de duplo homicídio, o homem chegou a fugir três vezes da prisão, de acordo com informações divulgadas pelas Secretarias de Segurança Pública de Goiás (SSP-GO), da Bahia e do DF.
Em 2013, um laudo psicológico feito no Complexo Penitenciário da Papuda (CPP), em Brasília, descreveu Lázaro como “psicopata imprevisível”, com comportamento agressivo, impulsivo, instabilidade emocional e falta de controle e equilíbrio.
Lázaro Barbosa Sousa é suspeito de cometer um quádruplo latrocínio em Ceilândia (DF), além dos crimes em Goiás. Durante a fuga, o indivíduo invadiu propriedades rurais da região do entorno, fez três pessoas reféns e baleou outras quatro, entre elas, um policial militar.
O PM, que foi atingido de raspão, chegou a ser levado ao Hospital de Urgências de Anápolis (Huana), mas foi liberado. Lázaro já possui uma condenação por homicídio, no Estado da Bahia e era também procurado no DF e em Goiás por crimes de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo.
Caso Lázaro: chacina de família e fuga
Lázaro era suspeito de, no último dia 9, matar a facadas e tiros os empresários Cláudio Vidal, 48, a mulher dele, Cleonice Marques, 43, e os dois filhos do casal, Gustavo Marques Vidal, 21, e Eduardo Marques Vidal, 15. Após o assassinato da famílias, ele teria roubado uma chácara em Ceilândia, rendendo o caseiro, o dono da propriedade e a filha dele.
Em seguida, Lázaro fugiu para Cocalzinho de Goiás. No dia 12, ele atirou em quatro pessoas, invadiu fazendas e colocou fogo em uma casa ao fugir da polícia. Os feridos foram levados a hospitais da região, sendo que dois estavam em estado grave até a terça-feira, 15.
No último dia 13, o suspeito furtou um carro e o abandonou na BR-070 após avistar uma barreira policial, dando sequência à fuga para uma mata. Na terça-feira, 15, Lázaro fez uma família de refém, levando um casal e afilha de 16 anos para uma mata na região de Cocalzinho de Goiás. Houve troca de tiros no local com as equipes policiais, que conseguiram resgatar as três pessoas sem ferimentos.
Também na terça-feira, 15, dois policiais foram baleados em Goiás durante as buscas por Lazáro. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás informou que os segundo policial foi baleado durante confronto com o suspeito. No entanto, a secretaria não informou se este confronto aconteceu durante o resgate da família feita refém e libertada.
Caso Lázaro: cronologia de crimes
Os fatos foram reunidos pelo portal G1 com informações da Polícia
- 2007: Lázaro Barbosa foi preso em Barra dos Mendes, na Bahia, acusado de duplo homicídio. A Secretaria de Segurança Pública diz que ele fugiu cerca de 10 dias após a prisão e é considerado foragido desde então.
- 2009: Criminoso foi preso no Complexo Penitenciário da Papuda (CPP), em Brasília, por suspeita de roubo, estupro e porte ilegal de arma de fogo.
- 2013: Laudo psicológico feito na Papuda descreve Lázaro como “psicopata imprevisível”, com comportamento agressivo, impulsivo, instabilidade emocional e falta de controle e equilíbrio.
- Março de 2014: Prisão de Lázaro foi convertida para regime semiaberto.
- 2016: Ele fugiu da Papuda.
- 2018: Lázaro foi preso em Águas Lindas de Goiás, em cumprimento de três mandados de prisão por homicídio qualificado, porte ilegal de arma de fogo, roubo e estupro;
- 23 de julho de 2018: Lázaro fugiu de Águas Lindas de Goiás.
- 8 de abril de 2020: Ele invadiu uma chácara em Santo Antônio do Descoberto, em Goiás, e golpeou um idoso com um machado, sendo indiciado pelos crimes de roubo mediante restrição da liberdade das vítimas e emprego de arma branca e por tentativa de latrocínio.
- 26 de abril de 2021: Lázaro invadiu uma casa no Sol Nascente (DF), quando trancou pai e filho no quarto e levou a mulher para um matagal e a estuprou.
- 17 de maio de 2021: Ele fez uma família refém na mesma região, ameaçando os moradores com faca e arma de fogo. Nesse crime, ele mandou as pessoas ficarem nuas e, das 19h até meia-noite, prendeu os homens no quarto e as mulheres tiveram que cozinhar e servir um jantar para ele.
- 9 de junho de 2021: Lázaro invadiu uma chácara no Incra 9, em Ceilândia (DF), onde matou a tiros e a facadas um casal e dois filhos.
- 9 de junho de 2021: Roubou uma chácara em Ceilândia após o assassinato da família. Ele teria rendido o caseiro, o dono da propriedade e a filha dele.
- 12 de junho de 2021: Lázaro fugiu para Cocalzinho de Goiás logo em seguida. Ele atirou em quatro pessoas, invadiu fazendas e colocou fogo em uma casa ao fugir da polícia. Os feridos foram levados a hospitais da região, sendo que dois estavam em estado grave até a terça-feira, 15.
- 13 de junho de 2021: Furtou um carro e o abandonou na BR-070 após avistar uma barreira policial, dando sequência à fuga para uma mata.
- 15 de junho de 2021: Um casal e a filha de 16 anos foram resgatados após serem feitos reféns na tarde pelo suspeito, segundo a polícia. Lázaro levou a família para uma mata na região de Cocalzinho de Goiás. Houve troca de tiros no local com as equipes policiais, que conseguiram resgatar as três pessoas sem ferimentos.
- 15 de junho de 2021: Dois policiais são baleados em Goiás durante as buscas por Lázaro. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de Goiás informou que os segundo policial foi baleado durante confronto com o suspeito. No entanto, a secretaria não informou se este confronto aconteceu durante o resgate da família feita refém e libertada.