Sarto Nogueira (PDT) será o novo prefeito de Fortaleza a partir de 2021. Com 51,69% dos votos válidos (668.377 eleitores), exatamente às 19h e 1 segundo, o candidato pedetista confirmou as expectativas apontadas pelas últimas pesquisas e superou, nas urnas, o adversário Capitão Wagner (Pros), que obteve 48,31% dos votos (624.645 eleitores).
Depois de dois mandatos na Câmara Municipal de Fortaleza e sete na Assembleia Legislativa do Estado, tendo presidido ambas as casas, Sarto se elege pela primeira vez para um cargo no Poder Executivo, ao lado do vice Élcio Batista (PSB), ex-secretário-chefe da Casa Civil do Governo Camilo Santana, que obtém êxito no primeiro pleito eleitoral que disputa.
Campanha
Sarto foi lançado como nome do PDT no dia 10 de setembro, de uma lista de cinco pré-candidatos do partido, que incluía ainda o secretário licenciado de Governo do prefeito Roberto Cláudio, Samuel Dias, o deputado estadual Salmito Filho, o deputado federal Idilvan Alencar e Ferruccio Feitosa, secretário licenciado da Secretaria Regional II.
Mesmo com a trajetória política no parlamento iniciada ainda na década de 1980, Sarto era pouco conhecido pelo grande público fortalezense, o que ficou constatado nas primeiras pesquisas divulgadas ainda na pré-campanha, que o apontavam com menos de 2% das intenções de voto, com larga vantagem para Capitão Wagner, que já vinha trabalhando a pré-candidatura desde a derrota nas urnas para Roberto Cláudio no segundo turno de 2016.
O quadro começou a mudar a partir da propaganda no rádio e na TV, iniciada no dia 9 de outubro. Com o maior tempo entre os candidatos (4 minutos contra 1 minuto e meio de Capitão Wagner, o segundo com mais espaço no horário eleitoral), proporcionado pela coligação que incluía outros nove partidos (PP/PT/PL/PSB/DEM/PSD/CIDADANIA/ REDE/PSDB), e também a campanha mais cara entre os postulantes a prefeito da Capital (R$ 5,8 milhões contra R$ 3,1 milhões de Wagner), Sarto já apareceu com 20% das intenções de voto na primeira pesquisa Ibope divulgada no dia 15 de outubro, que trazia Wagner com 35% e Luizianne Lins (PT) com 28%.
Arrancada
O crescimento foi impulsionado majoritariamente pela boa avaliação de governo do prefeito Roberto Cláudio, seu principal cabo eleitoral, que virou presença constante não apenas nas propagandas de TV e rádio, mas na campanha de rua, da qual Sarto ficou afastado inicialmente após diagnóstico de Covid-19, precisando contar também com esforços redobrados do vice Élcio Batista.
Tão logo as primeiras pesquisas foram divulgadas, o que se viu foi uma campanha na qual as propostas para a cidade acabaram em segundo plano, e as discussões estiveram focadas muito mais em acusações pessoais entre os três primeiros colocados, muitas delas com necessidade de intervenção da Justiça Eleitoral. Mas a arrancada foi constatada pelos levantamentos seguintes e pelo próprio resultado do primeiro turno, que trouxe o pedetista na dianteira, com 35,73% dos votos válidos, contra 33,32% de Wagner e 17,76% de Luizianne.
Trajetória
Nascido em Acopiara, na região Centro-Sul do Estado, em 1959, José Sarto se mudou para Fortaleza ainda com um ano de idade. Se formou em medicina pela Universidade Federal do Ceará, com especialização em Ginecologia e Obstetrícia. Se elegeu pela primeira vez vereador de Fortaleza em 1988, conseguindo a reeleição no pleito seguinte e chegando à presidência da Câmara entre 1990 e 1992.
Em 1994, foi eleito deputado estadual, cargo no qual permanece até hoje após sucessivas reeleições. É presidente da Assembleia Legislativa desde o ano passado e chegou a assumir interinamente o Governo do Estado, em ocasiões em que tanto o governador Camilo Santana (PT) como a vice Izolda Cela (PDT) estavam em compromissos fora do Estado.