Os casos de Covid-19 em Belo Horizonte chegaram a 825, nesta
segunda-feira (4), conforme o Informe Epidemiológico da SES (Secretaria
de Estado de Saúde).
Apesar disso, o prefeito da capital, Alexandre
Kalil (PSD), acredita que o número é bem maior e ultrapasse os 8 mil.
Na tentativa de conter o avanço da doença, pessoas que não usarem
máscaras serão multadas em BH. A punição vem sendo trabalhada e em breve
será publicada no Diário Oficial do Município (veja abaixo).
As duas informações foram divulgadas por Kalil em coletiva de
imprensa realizada nesta segunda. De acordo com o prefeito, existem
subnotificações de casos de Covid-19 em todo o Brasil. Ele usou a
capital mineira para exemplificar.
“O que eu pessoalmente penso, é achismo, BH não tem 800 casos só. Eu
multiplico isso por 10, então, tem 8,4 mil, no mínimo. Sobre o número de
contaminados, isso é absolutamente subnotificado no país inteiro. O meu
número é que temos subnotificações de quase 10 vezes”, disse.
O boletim da SES indica que 20 pessoas morreram vítimas do novo
coronavírus em BH e é isso que preocupa o prefeito. “Minha preocupação é
o número de mortos”, disse.
Para
saber o real número de mortos por Covid-19, Kalil disse não ser necessário
aguardar a confirmação do óbito pelas secretarias de saúde.
“É só olhar a média de enterros no cemitério da Paz em 10 anos ou 5. É
lógico que, se aumentou de 28 para 128, é corona. Não precisa ser
nenhum Einstein para saber que as 100 pessoas enterradas,
indiferentemente da subnotificação, estão morrendo de coronavírus”,
disse.
Máscaras
O uso de máscaras em BH tornou-se obrigatório em abril e, em breve, a
PBH vai multar quem não usar o adereço. A punição foi anunciada pelo
prefeito Kalil, que disse que haverá a distribuição de 2 milhões de
máscaras na cidade.
O chefe do Executivo municipal não deu detalhes da multa, como
valores e quem irá aplicá-la, por exemplo. “Não sei. Isto é um decreto.
Vamos ver qual o valor mais adequado, copiar o que é [feito] no mundo e
fazer igual”, afirmou.
Em reunião com prefeitos da região metropolitana, Kalil disse ter
pedido para os gestores reforçarem a fiscalização quanto ao uso de
máscara, principalmente nas cidades onde já ocorre a flexibilização do
isolamento. “Se flexibilizou, que se fiscalize muito com todos os
cuidados de higiene e que exija a máscara para que não sobrecarregue [os
hospitais] de BH”, pediu.