Para
reduzir aglomerações e a exposição de eleitores ao novo coronavírus, uma
das hipóteses em discussão é que as eleições municipais deste ano
tenham dois dias de votação, disse hoje (22), em Brasília, o ministro
Luís Roberto Barroso, que assume a presidência do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) na próxima semana.
Para
isso, seria preciso um gasto adicional de R$ 180 milhões, que é o custo
estimado pelo TSE de um dia adicional de eleição. Diante do quadro de
crise fiscal, porém, outra possibilidade seria expandir o horário de
votação, para que dure 12 horas, o que teria um custo menor.
“Em
vez de irmos até as 17h, irmos talvez até as 20h, e começar às 8h.
Portanto, iríamos de 8h às 20h, 12 horas de votação. Esta é uma ideia, é
uma possibilidade. Essa não depende de lei, podemos nós mesmos
regulamentar no TSE”, disse o ministro, durante uma live promovida pelo
jornal Valor Econômico.
Votação pode ser por faixa etária
A
Justiça Eleitoral estuda ainda fazer a votação dividida por faixa
etária, nos diferentes turnos do dia de votação. Para isso, é preciso
“ouvir sanitaristas [para saber] se colocaríamos os mais idosos votando
mais cedo, depois os mais jovens na hora do almoço. A gente tentar fazer
uma divisão dessa natureza”, disse Barroso, ministro do Supremo
Tribunal Federal - STF.
O
ministro disse, ainda, que mantém diálogo constante com os presidentes
da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP),
sobre o eventual adiamento do calendário eleitoral. Para a alteração do
calendário, é necessária que o Congresso aprove uma proposta de emenda
constitucional (PEC).
A
definição sobre o adiamento das eleições depende ainda da trajetória da
curva de contaminação do novo coronavírus, afirmou Barroso. “Em meados
de junho será o momento de se bater o martelo”, finalizou ele.