A situação financeira definitivamente apertou para o Corinthians. Isso
porque o clube decidiu demitir funcionários e atletas a partir dos
próximos dias. A decisão era analisada há alguns dias e o martelo acabou
sendo batido em uma reunião de diretoria na última terça-feira.
A
informação foi publicada primeiramente pelo GloboEsporte.com e confirmada pelo LANCE!.
Apesar de tomar medidas a fim de preservar empregos durante a pandemia
de coronavírus, inclusive com depoimentos públicos do presidente Andrés
Sanchez e do diretor financeiro Matias Ávila nesse sentido, o cenário da
crise provocada pela paralisação das atividades ganhou contornos ainda
piores do que já se imaginava. Sendo assim, a alternativa foi partir
para as demissões.
No futebol profissional dificilmente haverá mudanças drásticas, já que a
dispensa dos jogadores não é tão simples pelo fato de cada um ter
multas rescisórias altas e o rompimento dos vínculos obrigará o
pagamento de todo o tempo de contrato restante. No último mês, o grupo
topou ter uma redução de 25% nos salários em carteira e uma nova
negociação deve acontecer em breve.
O departamento de base do clube deve ser o mais afetado pelos cortes.
Jovens sem contrato profissional e que não tinham muito espaço, serão
dispensados.
A categoria Sub-20, por exemplo, deve ser a mais preservada
no momento, mas pode sofrer alguns ajustes. Comissões técnicas e
setores administrativos terão seus quadros de funcionários enxugados com
a unificação de categorias.
Há uma explicação para esse enfoque maior na base: é provável que as
competições destinadas ao futebol de base não aconteçam em 2020, tanto
as estaduais quanto as nacionais. Sendo assim, até mesmo as tradicionais
peneiras para buscar jovens jogadores, tendem a ser extintas e, por
consequência, os funcionários que trabalham nesse setor serão demitidos.
A equipe Sub-23, que abriga jogadores que estourem o limite de idade do
Sub-20 e outras peças que possam um dia ser aproveitadas no
profissional, deve sofrer um grande corte, também pela ausência de
competições neste ano. Alguns esportes amadores devem ser afetados da
mesma forma. O basquete já havia sido desativado e os atletas não
tiveram seus contratos renovados.
Baseado na Medida Provisória 936, editada pelo governo federal no
último mês, o Corinthians optou por reduzir os salários de seu quadro de
funcionários entre 50% e 70%, como alternativa para preservar empregos.
No entanto, essa situação piorou, as receitas continuaram caindo, a
incerteza em relação à volta do futebol aumentou e os cortes de pessoal
devem acontecer mesmo assim.
No ano passado, o Corinthians fechou seu balanço com um déficit de R$
177 milhões e viu sua dívida acumulada (sem contar a Arena) subir para
R$ 665 milhões. Com esses números e a crise por conta da pandemia de
coronavírus, o clube vai adiantar 100% do dinheiro da venda de Pedrinho
junto a um banco europeu, a fim de quitar dívidas imediatas e ganhar
fôlego para 2020.